Chefe do Grupo Wagner adverte que Rússia pode enfrentar revolução a menos que elite leve guerra a sério

Yevgeny Prigozhin afirmou que há uma visão supostamente otimista de que o Ocidente se cansará da guerra e a China intermediará um acordo de paz

Prigozhin, chefe do Grupo Wagner
Prigozhin, chefe do Grupo Wagner (Foto: TASS)


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MOSCOU (Reuters) - Yevgeny Prigozhin, fundador do grupo mercenário russo Wagner, alertou que a Rússia pode enfrentar uma revolução semelhante à de 1917 e perder a guerra na Ucrânia, a menos que a elite leve o conflito a sério.

O mercenário mais poderoso da Rússia disse que sua perspectiva política é dominada pelo amor à pátria e por servir ao presidente Vladimir Putin, mas advertiu que a Rússia corre o risco de turbulência.

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Prigozhin afirmou que há uma visão supostamente otimista de que o Ocidente se cansará da guerra e a China intermediará um acordo de paz, mas que ele realmente não acredita nessa interpretação.

Em vez disso, disse ele, a Ucrânia está preparando uma contraofensiva com o objetivo de empurrar as tropas russas de volta para suas fronteiras anteriores a 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia. A Ucrânia tentará cercar Bakhmut, foco de intensa luta no leste, e atacar a Crimeia, acrescentou.

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"O mais provável é que esse cenário não seja bom para a Rússia, então precisamos nos preparar para uma guerra árdua", disse ele em entrevista publicada em seu canal no Telegram.

"Estamos em tal condição que poderíamos perder a Rússia - esse é o principal problema ... Precisamos impor a lei marcial."

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Prigozhin afirmou que seu apelido de "chef de Putin" é estúpido, pois ele não sabe cozinhar e nunca foi chef, brincando que "açougueiro de Putin" poderia ser um apelido mais adequado.

"Eles poderiam ter me dado um apelido imediatamente - o açougueiro de Putin, e tudo ficaria bem", declarou.

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Se os russos comuns continuarem trazendo seus filhos de volta em caixões de zinco, enquanto os filhos da elite "balançam a bunda" ao sol, disse ele, a Rússia enfrentará turbulências semelhantes às das revoluções de 1917, que deram início a uma guerra civil.

"Essa divisão pode terminar como em 1917 com uma revolução", afirmou ele.

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"Primeiro os soldados vão se levantar, e depois disso - seus entes queridos vão se levantar", disse. "Já existem dezenas de milhares deles - parentes dos mortos. E provavelmente haverá centenas de milhares - não podemos evitar isso."

O Ministério da Defesa não respondeu a um pedido de comentário.

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Prigozhin criticou a política pós-soviética da Rússia em relação à Ucrânia e classificou a implementação do que o Kremlin chama de "operação militar especial" como obscura, contraditória e confusa.

A liderança militar da Rússia, segundo ele, estragou tudo repetidamente durante a guerra. O objetivo declarado de desmilitarizar a Ucrânia, disse ele, fracassou.

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