Chefe da AIEA considera seguro derramamento de água radioativa em Fukushima

Segundo Rafael Grossi, "não há melhor opção para lidar com o enorme acúmulo de esgoto coletado após o desastre nuclear de Fukushima"

Rafael Grossi
Rafael Grossi (Foto: Reuters)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

(Sputnik) - O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, considera segura a descarga de água radioativa da usina nuclear japonesa de Fukushima 1 no Oceano Pacífico. "O plano do Japão de despejar água radioativa processada no oceano é seguro e não há melhor opção para lidar com o enorme acúmulo de esgoto coletado após o desastre nuclear de Fukushima em 2011", disse Grossi nesta sexta-feira (7) em entrevista à rede CNN.

O diretor da AIEA destacou que a entidade avalia o descarte de água de acordo com os mais rígidos padrões há mais de dois anos e confia no esquema proposto para isso. O Japão planeja começar a despejar a água no mar a um quilômetro da usina nuclear neste verão. Em 11 de março de 2011, vários reatores da usina nuclear de Fukushima, operada pela empresa TEPCO, explodiram quando o sistema de resfriamento foi derrubado por um terremoto de magnitude 9,0 e um tsunami.

Toneladas de água usadas para resfriar os reatores estão atualmente armazenadas em cerca de 1.000 tanques gigantes na usina. O Japão afirma que a água descartada terá um nível de radioatividade abaixo do limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde e, portanto, não representaria perigo para a saúde humana ou para o meio ambiente.

A questão do manejo da água contaminada vem sendo estudada desde 2013. Entre outras variantes, misturar com cimento e colocar essa mistura no subsolo, selando com concreto; separar o hidrogênio por eletrólise, etc.

Por fim, o governo japonês optou por descarregar a água no mar, diluindo-a previamente, desde que a concentração de trítio seja de 1.500 becquerels por litro, ou 40 vezes menor que o padrão estabelecido no Japão para descarregar água de usinas no mar, que é de 60.000 becquerels por litro.

Segundo dados do Ministério da Indústria do Japão, a radioatividade do trítio nas 1,25 milhão de toneladas de água acumuladas em Fukushima 1 é de 860 trilhões de becquerels. Antes da ocorrência da falha, a planta descarregava anualmente na água do mar um teor de trítio de 2,2 trilhões de becquerels.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247