Brasil pede investigação internacional sobre barragem na Ucrânia sem atribuir culpa à Rússia
Governo brasileiro solicita apuração imparcial e independente para o rompimento da barragem em meio a acusações entre Ucrânia e Rússia
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247 - O governo brasileiro está solicitando uma investigação internacional e independente em relação ao rompimento de uma barragem na Ucrânia, e diferentemente do presidente Volodymyr Zelensky, não está acusando a Rússia, informa o jornalista Jamil Chade, colunista do Uol. Enquanto Kiev culpa o Kremlin pelo suposto ataque, os ucranianos criticam a falta de ação da ONU e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha no auxílio às populações afetadas pelas enchentes decorrentes do colapso dos muros de proteção da represa, afetando cerca de 42 mil pessoas.
Na outra ponta, o presidente russo, Vladimir Putin, acusa a Ucrânia de destruir a barragem por sugestão do Ocidente, classificando o incidente como um "crime de guerra bárbaro" que agravou o conflito com Moscou. A barragem de Kakhovka, construída na era soviética, estava atualmente sob controle russo quando ocorreu o rompimento.
O governo brasileiro não é o único a evitar culpar a Rússia. O Reino Unido, aliado próximo de Kiev, reconhece que ainda não é possível afirmar com certeza absoluta que a destruição foi resultado de um ato militar russo, mas, se confirmado, seria considerado um gesto criminoso. O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos também evitou apontar culpados, exigindo uma investigação completa e responsabilização dos envolvidos.
Em uma declaração oficial, o Itamaraty expressou consternação com o rompimento da barragem de Kakhovka. "O rompimento da barragem demonstra, uma vez mais, o trágico e duradouro impacto da guerra para as populações civis, e também a urgência da busca do entendimento entre as partes com vistas à cessação das hostilidades”, diz a nota
O governo brasileiro está disposto a colaborar com as organizações internacionais competentes para mitigar as consequências do incidente. Além disso, considera indispensável uma apuração conduzida por uma entidade internacional isenta e independente.
Ainda de acordo com a reportagem, o chanceler Mauro Vieira também realizou uma chamada telefônica com o Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, discutindo a segurança nuclear da usina de Zaporizhia, reafirmando o apoio ao trabalho técnico desenvolvido pela AIEA.
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