Boston, 238 anos depois, faz história de novo

Na mesma cidade em que se deu a Tea Party, em 1773, quando americanos atacaram o ch ingls e deflagraram o processo da revoluo, surge agora o primeiro incidente em torno do movimento Ocupem Wall Street; 100 prises na madrugada; eles sero heris no futuro? Vdeos



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247 – Foi em Boston, em 1773, que a revolução americana teve um de seus eventos-chave: a Festa do Chá (The Boston Tea Party). Ali, à noite, manifestantes disfarçados de índios invadiram navios ingleses e, numa agressão frontal ao colonialismo britânico, jogaram ao mar centenas de caixas de chá que havia sido extraído de suas terras. Foi o primeiro gesto organizado contra a dominação colonial, o que levou seus participantes a serem considerados os mais radicais entre os patriotas. Três anos e uma série de sabotagens depois, os ingleses eram expulsos e os americanos declaravam independência.

Na madrugada de ontem, outra vez em Boston, um incidente envolvendo os manifestantes do grupo conhecido como Ocupem Wall Street e a polícia local já entrou para a história. Desde o início dos protestos, que comeram em Nova York e se espalharam pelo país, ainda não haviam ocorrido conflitos entre os manifestantes e o Estado. Mas agora essa premissa foi derrubada.

Mais de 100 manifestantes foram detidos na cidade, durante a madrugada. Os manifestantes criticaram a atuação da polícia, chamando-a de "desleal". Os agentes teriam esperado até à 1h da madrugada para atuar, ao som do coro de revoltados: “O povo unido jamais será vencido”. O grupo também divulgou um vídeo (assista abaixo) em que os policiais agem com agressividade para conter o protesto.

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O porta-voz policial Jamie Kenneally disse que as prisões ocorreram por volta as 13h13 (horário local) e a maioria foi por invasão. Um grupo de ambientalistas plantou US$ 150 mil em arbustos ao longo da área e as autoridades afirmaram que estavam preocupadas com os danos.

Centenas de estudantes universitários marcharam pelo centro de Boston na segunda-feira e se reuniram no Boston Common, com faixas nas quais se lia "financiem a educação, não as corporações". Os manifestantes estão irritados com o sistema educacional que segundo eles imitam "as práticas financeiras irresponsáveis, incompreensíveis e não éticas" de Wall Street.

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A FOX, emissora americana pertencente ao grupo do magnata Rupert Murdoch, foi criticada pelo grupo de manifestantes por associar o protesto a atitudes nazistas. Durante a exibição do programa FOX Business, apresentado por Eric Bolling, a comentarista Ann Coulter criticou as opiniões dos manifestantes: “Todas as frases podiam ter sido ditas em 1789, na França, antes da Revolução Francesa, ou na Revolução Russa, ou com uma leve modificação quando os nazistas assumiram o poder... Este é sempre o começo do totalitarismo”.

O vídeo publicado pela FOX, segundo o movimento, exclui a entrevista do porta-voz do protesto John LaGreca, segundo o Occupy Wall Street. Uma das frases dita por LaGreca criticava “a máquina de propaganda da mídia conservadora”. Ao indicar o jornalista que lhe está “dando a oportunidade de passar sua mensagem”, o porta-voz do movimento responde: “Me alegro de vê-los por aqui prestando atenção a algo que 99% dos americanos estão prestando atenção”. Sobre Obama, LaGreca provocou: “Se queremos que o presidente faça mais, devemos falar com ele de coisas que realmente afetam as pessoas, no lugar de pedir seu certificado de nascimento e perder tempo com besteiras”. A entrevista teria sido censurada pela FOX, mas colocadas na internet pelos manifestantes.

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O objetivo dos participantes da marcha é visitar as casas do executivo-chefe da News Corp., Rupert Murdoch, do principal dirigente do JP Morgan Chase, Jamie Dimon e do magnata do petróleo David Koch, entre outros. Embora não tenham permissão, eles vão caminhar em filas estreitas para não bloquear as calçadas, disse Doug Forand, líder da manifestação. Citando os cortes de orçamento que afetam escolas e cidadãos idosos, Forand disse que o projeto do Estado de encerrar o "imposto sobre os milionários" é "injusto" e pede aos legisladores que estendam a aplicação do imposto.

Durante a marcha programada para a tarde desta terça-feira, os manifestantes vão carregar cheques em tamanho gigante para simbolizar o quanto menos que os ricos pagarão quando o imposto deixar de se pago, em dezembro.

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Veja o vídeo da confusão entre manifestantes e policiais, durante a madrugada:

 

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Assista a entrevista do porta-voz do movimento, John LaGreca


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