Borrell pede medidas contra a Índia por vender combustível russo para a UE
A Índia teve a oportunidade de comprar matérias-primas russas mais baratas devido a um teto de preço imposto pelos países do G7 ao petróleo russo, disse o principal diplomata da UE

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247 - O chefe de política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, disse ao Financial Times que Bruxelas deveria tomar medidas urgentes contra a Índia, cujas refinarias estão supostamente importando grandes volumes de petróleo bruto russo para revendê-lo em forma processada para a União Europeia, contornando as sanções.
"Se o diesel ou a gasolina está entrando na Europa... vindo da Índia e sendo produzido com petróleo russo, isso é certamente um desvio das sanções e os estados membros [da UE] devem tomar medidas", disse Borrell, segundo o jornal.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, negou na quarta-feira as acusações do chefe de política externa da UE, e aconselhou o diplomata a se familiarizar com os regulamentos do Conselho da UE.
A Índia teve a oportunidade de comprar matérias-primas russas mais baratas devido a um teto de preço imposto pelos países do G7 ao petróleo russo, disse o principal diplomata da UE, acrescentando que grande parte desse petróleo estava voltando para a UE na forma de refinado combustível.
"Que a Índia compre petróleo russo, é normal. E se, graças às nossas limitações no preço do petróleo, a Índia puder comprar esse petróleo muito mais barato, bem, quanto menos dinheiro a Rússia conseguir, melhor. Mas se eles usarem isso para serem um centro onde o petróleo russo está sendo refinado e os subprodutos estão sendo vendidos para nós... temos que agir", disse Borrell ao Financial Times.
Ele exortou os governos nacionais dos estados membros da UE a usar todos os mecanismos possíveis para impedir que o combustível russo entre no bloco e sugeriu que Bruxelas tomasse medidas contra os compradores de combustível refinado indiano, que supostamente é frequentemente produzido a partir do petróleo bruto russo.
"Se eles vendem, é porque alguém está comprando. E temos que ver quem está comprando", disse Borrell.
Em dezembro de 2022, os países do G7, a Austrália e a UE impuseram um teto de preço de US$ 60 por barril para o petróleo bruto russo transportado por via marítima, bloqueando o transporte de petróleo comprado a preços mais altos. Em retaliação, a Rússia proibiu a venda de seu petróleo a países que apoiam o mecanismo de teto de preço.
A União Europeia impôs 10 pacotes de sanções contra a Rússia desde o início da operação militar especial de Moscou na Ucrânia em fevereiro de 2022. Borrell e outras autoridades da UE admitiram em várias ocasiões nos últimos sete meses que o bloco está ficando sem meios para impor mais sanções contra Moscou. A Rússia é um dos países que se opõe veementemente a sanções unilaterais nas relações internacionais. (Com Sputnik).
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