Biden defende envio de bombas de fragmentação à Ucrânia e diz: "decisão difícil"

"Esta é uma guerra relacionada a munições. E eles estão ficando sem essa munição, e estamos com pouca", disse Biden

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, caminham em frente à catedral de São Miguel, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, em Kiev, Ucrânia, 20 de fevereiro de 2023
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, caminham em frente à catedral de São Miguel, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, em Kiev, Ucrânia, 20 de fevereiro de 2023 (Foto: Assessoria de Imprensa Presidencial Ucraniana/Handout via REUTERS)


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NOVA YORK, TASS – Os Estados Unidos decidiram fornecer munições cluster para a Ucrânia, uma vez que Kiev e Washington estão ficando sem munições convencionais, afirmou o presidente dos EUA, Joe Biden, em trecho de uma entrevista à CNN publicada na sexta-feira.

"Esta é uma guerra relacionada a munições. E eles estão ficando sem essa munição, e estamos com pouca", disse Biden. "E então, finalmente, tomei a recomendação do Departamento de Defesa para - não permanentemente - mas permitir esse período de transição, enquanto conseguimos mais armas do calibre 155, esses projéteis, para os ucranianos", afirmou.

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Biden disse que foi uma "decisão difícil". O presidente dos EUA acrescentou que as munições cluster são necessárias para reforçar as chances da contraofensiva ucraniana.

"O mais importante é que eles tenham as armas para impedir os russos agora - impedir que eles parem a ofensiva ucraniana nessas áreas - ou não tenham. E acho que eles precisavam delas", disse ele.

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Os Estados Unidos anunciaram oficialmente na sexta-feira que transfeririam munições cluster para a Ucrânia. O anúncio não especificou o número exato de munições a serem fornecidas.

Farhan Haq, porta-voz adjunto do secretário-geral da ONU, António Guterres, disse anteriormente que o chefe da ONU apoia a Convenção sobre Munições Cluster e se opõe ao uso desse tipo de arma no campo de batalha.

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Munições cluster – As bombas de fragmentação podem conter centenas de submunições. Quando a bomba é detonada no ar, as submunições são dispersas por uma área de dezenas de metros quadrados. Algumas delas não explodem imediatamente e permanecem no solo, representando uma ameaça para civis muito tempo depois do fim do conflito. A Convenção sobre Munições Cluster, adotada em 2008, foi assinada por 111 países, e outros 12 a assinaram, mas ainda não a ratificaram.

De acordo com a organização internacional de direitos humanos Human Rights Watch, a proporção de submunições não detonadas geralmente é significativamente maior do que a declarada.

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O que são bombas de fragmentação e por que elas são tão perigosas e condenadas – As bombas de fragmentação são armas projetadas para dispersar várias submunições explosivas em uma área ampla quando são detonadas no ar. Essas submunições, também conhecidas como "bomblets", são projetadas para atingir alvos em terra, como veículos, edifícios ou pessoal militar.

Essas armas são consideradas perigosas e condenadas por várias razões:

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Amplo efeito de área: Quando uma bomba de fragmentação explode, ela libera centenas ou até milhares de submunições, que se espalham por uma área ampla. Isso aumenta significativamente o risco de danos colaterais, pois a área afetada pode incluir áreas residenciais, instalações civis e pessoas não combatentes.

Submunições não detonadas: Infelizmente, muitas submunições não detonam imediatamente após serem lançadas. Elas podem permanecer ativas no solo, representando uma ameaça contínua para a população civil, mesmo após o fim do conflito. Essas submunições não detonadas podem ser acionadas acidentalmente por pessoas, incluindo crianças, resultando em ferimentos graves ou morte.

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Impacto humanitário: Devido ao amplo efeito de área e à presença de submunições não detonadas, as bombas de fragmentação têm um impacto humanitário significativo. Elas podem causar vítimas civis, afetar infraestruturas vitais, como hospitais e escolas, e dificultar o retorno seguro de pessoas deslocadas após o conflito.

Devido a esses perigos, a comunidade internacional tem condenado o uso de bombas de fragmentação. A Convenção sobre Munições Cluster, adotada em 2008, proíbe o uso, produção, transferência e estocagem dessas armas. A convenção tem como objetivo eliminar o sofrimento humano causado pelas submunições não detonadas e promover a assistência às vítimas desses dispositivos. Até o momento, 111 países aderiram à convenção, demonstrando o reconhecimento dos riscos e o compromisso com a proteção dos civis em situações de conflito.

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