Biden aprova envio de munições de fragmentação para a Ucrânia

As munições "cluster" produzem quantidades significativas de submunições não detonadas que podem mutilar, ferir ou matar civis e forças amigas

Joe Biden
Joe Biden (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)


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247 - O presidente dos EUA, Joe Biden, aprovou oficialmente o fornecimento de munições de fragmentação para a Ucrânia nesta sexta-feira (7), informa o site EuroNews. Espera-se agora que o Pentágono envie milhares delas como parte de um novo pacote de ajuda militar no valor de até 733 milhões de euros para o esforço de guerra de Kiev, segundo o The Washington Post. As munições "cluster" produzem quantidades significativas de submunições não detonadas que podem mutilar, ferir ou matar civis e forças amigas durante e muito depois do conflito. 

O anúncio ocorre apesar das preocupações generalizadas de que as bombas possam causar vítimas civis e provocou um apelo das Nações Unidas à Rússia e à Ucrânia para evitar seu uso. Uma convenção que proíbe o uso de bombas de fragmentação foi acompanhada por mais de 120 países que concordaram em não usar, produzir, transferir ou armazenar as armas e limpá-las depois de usadas. No entanto, os Estados Unidos, Rússia e Ucrânia estão entre os países que não assinaram.

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Nesta quinta-feira (6), o embaixador russo nas Nações Unidas, Vassily Nebenzia, disse que o fornecimento de munições de fragmentação para Kiev representaria "outro passo" na escalada do conflito na Ucrânia. No início deste ano, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, instou os EUA a não fornecerem à Ucrânia munições de fragmentação.

A Otan não tem uma posição comum sobre as munições de fragmentação para a Ucrânia, e as decisões sobre o assunto são tomadas pelos próprios Estados-membros, disse o secretário-geral Jens Stoltenberg, nesta sexta-feira. "A Otan, como uma aliança, não tem uma posição sobre a convenção sobre munição cluster porque vários aliados assinaram a convenção, mas vários aliados não assinaram a convenção. Cabe aos aliados individuais tomar decisões sobre a entrega de armas e suprimentos militares para a Ucrânia", disse Stoltenberg a repórteres antes da cúpula da aliança de Vilnius.

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De acordo com a co-fundadora do grupo de paz liderado por mulheres CODEPINK Medea Benjamin, as consequências do fornecimento de munições de fragmentação à Ucrânia pelo governo Biden, em violação ao direito internacional, serão sentidas por décadas, incluindo a morte e mutilação de crianças. "Existe uma proibição internacional de munições cluster, e é terrível que os Estados Unidos violem isso. Há também uma história terrível dos EUA de usar essas munições cluster em lugares como Laos, Camboja, Vietnã, que continuam até hoje causando mortes e mutilação de crianças pequenas que pegaram essas munições não detonadas", disse Benjamin à Sputnik.. "Portanto, é uma coisa terrível de se enviar e isso significa que as consequências desse conflito na Ucrânia continuarão por décadas", disse ela.

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