Até tu, Nicolas Sarkozy ?
Presidente acusado de receber dinheiro da herdeira da LOral, Liliane Bettencourt, em 2007. Filha da mulher mais rica da Frana move ao contra o abuso da fragilidade da me
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Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris – Nesta quinta-feira, chega às bancas um livro que promete causar furor na França. A poucos meses da eleição presidencial, Nicolas Sarkozy terá de encarar uma publicação com o depoimento de trinta pessoas que se dizem vítimas de sua influência. Escrito por dois jornalistas do Le Monde, Gérard Davet e Fabrice Lhommen, « Sarko m’a tuer » traz o relato de policiais, magistrados, funcionários do alto escalão e de simples anônimos sobre como suas carreiras e vidas foram abaladas pelo chefe de Estado ou por sua comitiva.
Entre elas, figura a juíza de Nanterre, Isabelle Prévost-Desprez, que, antes de ser destituída do cargo há alguns meses, contribuiu com informações intrigantes no caso de abuso da fragilidade de Liliane Bettencourt, movido por sua filha. Segundo ela, uma enfermeira que trabalhava na casa da herdeira da L’Oréal, em 2007, viu a bilionária entregar uma soma em dinheiro a Nicolas Sarkozy. Após essa revelação, ela diz ter sofrido pressões do procurador Philippe Courroye, um amigo do presidente da República. Na manhã de hoje, o Elysée não tardou a rebater as declarações, dizendo que são infundadas, falsas e escandalosas. « Se existem acusações a serem feitas, elas devem ser levadas à justiça », disse a porta-voz do governo, Valérie Pécresse.
Apesar do desdenho da base governista, a informação confirma o depoimento de Claire Thibout. A ex-contadora da família Bettencourt descreveu em um livro como a polícia tentou fazê-la voltar atrás quando designou Sarkozy um dos beneficiários dos gordos envelopes de Liliane.
Intriga da oposição ou não, todos sabem que Nicolas Sarkozy é um homem influente e controlador – um dos motivos que fez essas informações serem reveladas apenas quatro anos depois e em um livro. Enquanto não houver uma acusação formal, o que vale é a presunção de inocência. Se nem Dominique Strauss-Kahn caiu com uma suposta agressão sexual nos Estados Unidos, não será uma ex-juíza que vai acabar com os planos de reeleição de Sarko. Infelizmente, o que decide a escolha de um presidente na França são suas articulações e seu controle sobre a mídia. E nesse quesito, ele já mostrou que nenhum candidato do Partido Socialista pode batê-lo. Só se DSK entrar na campanha, é claro.
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