Assédio político e familiar espera Dilma na Bulgária

Todos querem tirar uma lasquinha da presidente; candidatos s eleies iro disputar uma foto a seu lado; familiares querem apenas encontro privado; Itamaraty antev saia justa



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A presidente Dilma Rousseff desembarca hoje em Sófia, capital da Bulgária, com o cuidado de não ser usada pelos políticos locais que concorrem a eleições daqui a duas semanas. Festejada como exemplo de uma “búlgara bem-sucedida”, ela é vista como cabo eleitoral ideal dos candidatos envolvidos na campanha.

A presidente encontrará uma sociedade em convulsão, vivendo até um conflito étnico. Já os seus familiares, descontentes com a disputa política, insistem em manter o encontro apenas como “assunto privado”.

Os políticos na Bulgária não escondem que seu objetivo é o de atrair investimentos brasileiros para a região, mergulhada na depressão econômica. O governo brasileiro não vê problemas em ser visto como esperança para o país, mas não pretende deixar que ela seja Dilma usada. “Será uma visita de Estado e estamos tentando manter o programa o mais institucional possível”, comentou uma fonte do governo. O Planalto chegou a pensar em adiar a viagem para 2012, quando a eleição já terá passado, mas a agenda foi mantida.

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Ainda assim, Dilma desembarca em meio a um caos social e político, com 18 candidatos à presidência. O partido de direita, tido como favorito, tem como candidato Rosen Plevneliev, apoiado pelo atual primeiro-ministro, Boyko Borisov. Já o presidente búlgaro, o socialista Georgi Parvanov, quer eleger um sucessor de seu próprio partido.

Disputa

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A briga para aparecer ao lado de Dilma é escancarada. Boika Bashelieva, assessora de imprensa da Presidência, garantiu que a eleição não vai interferir na visita - e que os acordos serão assinado pelo presidente Parvanov.

O primeiro-ministro Borisov chegou a anunciar investimentos da Embraer, não confirmados, e vendeu a ideia que foi ele quem trouxe Dilma para Sófia.

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“Dilma é uma das mulheres mais influentes do mundo”, destacou numa entrevista. Ele não mede palavras para promover seu governo às custas da visitante. No Itamaraty, a ordem é a limitar ao máximo a presença de Dilma com o primeiro-ministro: o anfitrião é o presidente. Não bastasse a briga entre os dois, grupos de direita e a etnia roma (ciganos) têm promovido confrontos em algumas cidades.

Se a disputa presidencial já é um complicador da visita, a decisão de Dilma de visitar Gabrovo, a cidade natal de seu pai, torna a situação ainda mais delicada: as eleições locais estão tão acirradas quanto a presidencial. O Planalto não quer ver Dilma transformada em cabo eleitoral nem quer que ela saia em fotos a serem mostradas em campanha.

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Em busca de reeleição, o prefeito da cidade armou uma festa para a visitante. O museu local abrigará uma exposição e a quinta-feira, dia da visita, será feriado municipal. Vários familiares de Dilma admitiram à reportagem estar “incomodados” com o assédio. Toshka Kovacheva, prima da presidente, quer recebê-la “como uma parente”, nada mais. “Para a família, esse reencontro será muito emocionante”, afirmou. “Para nós ela é só uma parente que queremos conhecer”.

O clima na cidade, no entanto, é de pouca festa. “Estamos em uma grande crise. Seria ótimo que Dilma viesse nos socorrer. Mas é nossa culpa termos políticos que não sabem administrar um país”, disse Pia, uma estudante de direito de Sófia.

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