Arma que matou brasileiro deve ser usada na Copa

Considerada no-letal, pistola taser foi responsvel pela morte de mais de 500 pessoas nos EUA, segundo a Anistia Internacional; no domingo, Roberto Curti levou um tiro da arma e morreu na Austrlia

Arma que matou brasileiro deve ser usada na Copa
Arma que matou brasileiro deve ser usada na Copa (Foto: Divulgação)


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Fillipe Mauro e William Maia _Opera Mundi - As mesmas pistolas “não-letais” de eletrochoque que no último domingo (18/03) mataram o estudante brasileiro Roberto Laudisio Curti, em Sydney, na Austrália, deverão ser utilizadas pelas forças de segurança do Brasil durante a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Tanto o Governo Federal quanto Estados e cidades-sede já confirmaram que vão priorizar o uso desse tipo de armamento em instalações esportivas, estádios e seus arredores.

Além da pistola elétrica, conhecida como taser, a estratégia de segurança dos eventos dá prioridade ao uso do spray de pimenta, balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, entre outros, como forma de controlar tumultos. Além da Polícia Federal, que usou a arma no Pan de 2007, e da Força Nacional de Segurança Pública, o taser também já é utilizado pela Polícia do Rio de Janeiro e da Bahia. A idéia é imobilizar eventuais transgressores sem risco de morte.

No caso do taser, no entanto, essa não-letalidade não é 100% garantida, pelo contrário. De acordo com relatório da ONG Anistia Internacional, entre 2001 e o início deste ano, mais de 500 pessoas morreram apenas nos Estados Unidos em decorrência de choques elétricos desferidos por policiais e outros agentes de segurança. A arma desfere uma carga de cerca de 50 mil volts, que paralisa o sistema nervoso, deixando o indivíduo desacordado por alguns segundos e imóvel por mais tempo ainda.

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No último domingo, o estudante brasileiro Roberto Laudisio Curti, de 21 anos, foi morto após receber diversas descargas elétricas de policiais que o perseguiam pela suspeita de que ele havia furtado biscoitos de uma loja de conveniência. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil pediu explicações ao governo australiano sobre todas “as circustâncias” da morte do estudante.

A repercussão do caso levou o primeiro-ministro australiano a sair em defesa do uso do taser pela polícia, que cresceu mais de 10 vezes desde 2008. Segundo Barry O’Farrell, “há uma preocupação agora porque uma pessoa morreu”, mas é preciso esperar o fim das investigações antes de condenar o instrumento.

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Em março de 2010, a Justiça de Buenos Aires ordenou a suspensão provisória do uso de pistolas elétricas Taser X-26, que vinha sendo feita pela Polícia Metropolitana desde fevereiro daquele ano. Se utilizada várias vezes, a pistola pode desregular os batimentos cardíacos e provocar a morte.

Apesar de o Comitê Contra a Tortura das Nações Unidas e a Anistia Internacional desaprovarem seu uso, sessenta e cinco países possuem esse tipo de arma, entre eles Chile, Brasil, Colômbia, EUA, Canadá e França.

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