Alemanha teve maior fuga de capital de sua história em 2022, revelam dados

Em 2022, a maior economia da União Europeia teve uma saída de US$ 132 bilhões (R$ 641,11 bilhões) de investimento direto

Uma bandeira alemã tremula no prédio do Reichstag, sede da câmara baixa do parlamento alemão
Uma bandeira alemã tremula no prédio do Reichstag, sede da câmara baixa do parlamento alemão (Foto: REUTERS)


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Sputnik Brasil - O Instituto Econômico Alemão publicou um relatório em que colocou a Alemanha como o país que mais saiu a perder em termos de investimentos no ano passado.

A Alemanha teve em 2022 a maior saída de capital já registrada no país, com um recorde de US$ 132 bilhões (R$ 641,11 bilhões) de investimento direto deixando a maior economia da União Europeia naquele ano, informou na quarta-feira (28) um relatório.

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De acordo com os dados do Instituto Econômico Alemão (IW, na sigla em alemão), a Alemanha encabeçou a lista dos países que mais perderam investimentos no ano passado, seguida pelo Japão, com uma saída de US$ 129 bilhões (R$ 626,54 bilhões), e pelo Reino Unido, com uma saída de US$ 116 bilhões (R$ 563,4 bilhões).

O relatório observa que 60% do capital alemão fluiu para a Zona do Euro e cerca de 10% para outros países da União Europeia, enquanto a Ásia e as Américas receberam, cada uma, 14% do dinheiro das empresas alemãs.

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"Os números são alarmantes: na pior das hipóteses, esse é o início da desindustrialização", alertou o IW. Além dos altos preços da energia, foram mencionadas como outras razões para a perda de atratividade dos investimentos na Alemanha a falta de trabalhadores qualificados e o aumento do protecionismo, marcado pela Lei de Redução da Inflação dos EUA, que visa atrair mais investimentos para o país norte-americano.

De acordo com o estudo, a tendência negativa começou com a pandemia e foi agravada pela crise energética na Europa, desencadeada pelas sanções ocidentais contra a Rússia.

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Christian Rusche, economista da IW, destacou que muitos dos problemas existentes são domésticos, incluindo altos impostos corporativos, burocracia excessiva e a infraestrutura em ruínas.

"O governo federal precisa urgentemente tomar contramedidas para garantir que a Alemanha volte a ser o primeiro endereço para investimentos estrangeiros no futuro", argumentou ele.

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Na semana passada, o Instituto Ifo alemão, em Munique, previu que a recessão na Alemanha será mais profunda neste ano do que o esperado, com uma queda do PIB estimada em 0,4%.

Tal acontece após as sanções abrangentes impostas por países ocidentais, incluindo europeus, contra a Rússia, por ter começado a operação militar especial na Ucrânia. A maior parte das previsões econômicas para 2023 apontam para um crescimento de ou perto do zero.

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