Acredite se quiser!

Mantega foi Ministro na bonança. Não tem perfil para administrar a escassez. Cobrem-me depois por estas palavras



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Lisboa – Quando estourou a crise do subprime nos Estados Unidos, estabeleceu-se clima de enorme preocupação no mundo. Os desdobramentos iniciais, gravíssimos, estavam com cara de 1929. Os analistas econômicos até bendiziam o fato de Ben Bernanke, um dos principais teóricos sobre a Grande Crise do final do primeiro terço do século XX, estar presidindo o Federal Reserve Bank.

A pior crise econômica dos últimos 80 anos foi enfrentada com mistura de medidas keynesianas e liberais e com forte unidade na ação dos principais bancos centrais do mundo. Evitou-se o pior, embora não se possa dizer que o mal tenha sido definitivamente debelado.

Remeti a essas memorias apenas a título de ilustração, porque a ideia é tornar público episódio “interessante”, a ser confirmado ou desmentido (?) pelo Ministro Guido Mantega. Afinal, é ele o protagonista da bizarra cena que tentarei descrever.

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O então Secretário do Tesouro Americano, Henry Paulson, querendo partilhar experiências e ideias, promoveu reunião com seus nove colegas, Ministros das Finanças, como ele, das dez maiores economias do mundo. Em posição de honra, o personagem principal deste artigo, professor Guido Mantega.

Paulson, após opinar sobre o que supunha ser o caráter da crise, indagou de cada um dos presentes sobre soluções que, porventura, pudessem sugerir naquela hora tão delicada. E os Ministros, um a um, foram desfilando análises, diagnósticos e apontando medidas a serem, eventualmente, adotadas.

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Eis que chega a vez de Mantega. Solenemente, cumprimenta o anfitrião e os demais presentes e abre uma pasta, dela retirando exemplar da Economist e dizendo a Paul mais ou menos o seguinte: “Senhor Secretário, serei breve. Tudo de que precisamos para conter a crise está aqui, bem catalogado, nesta edição da Economist”. Paulson, perplexo e mal disfarçando a irritação, teria respondido: “Obrigado, senhor Ministro pela contribuição que conseguiu emprestar a esta reunião”.

Ora, leitoras e leitores, Mantega poderia ter sido mais direto, sugerindo que o autor da matéria virasse o número dois da Secretaria do Tesouro dos EUA. Igualmente bizarro, porém mais simples e prático.

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Mantega foi Ministro na bonança. Não tem perfil para administrar a escassez. Cobrem-me depois por estas palavras.

E antes que Sua Excelência se decida por me desmentir, sugiro-lhe que se recorde de quem o acompanhou no evento. Brasileiros que ficaram mortos de vergonha!

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*Diplomata, foi líder do PSDB no Senado

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