A França com overdose de Carla Bruni
No ltimo ms, a primeira-dama da Frana fez uma sequncia de aparies na mdia para dizer que viver sua gestao com o sereno papai Nicolas Sarkozy com discrio. Uma propaganda antipropaganda de olho nas eleies de 2012
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Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris – No dia 4 de setembro, a primeira-dama da França fez uma aparição inesperada no jornal da noite da TF1. Depois de meses afastada dos holofotes, ela volta com um discurso de que pretende viver essa gestação com discrição. Com uma voz doce e bochechas coradas, ela afirmou que não iria expor seu bebê na mídia e que gostaria que seu marido estivesse presente no nascimento. Aproveitou o espaço, igualmente, para chamar a atenção de quanto o presidente Nicolas Sarkozy mudou, ficou mais sereno.
Desde então, as aparições e declarações se multiplicaram. No dia 17 de setembro, ela desfilou ao lado de Sarkozy no dia do Patrimônio para saudar a massa que visitou o Elysée. No domingo seguinte, dia 25 de setembro, dessa vez no France 2, ela « confidencia » ao jornalista Michel Drucker o quão feliz o casal está com a chegada iminente do bebê. E não acaba por aí. Dois dias depois, Carla fala com a BBC sobre o conhecimento de Sarkozy em jardinagem que a fez se apaixonar por ele. Para encerrar o mês com « discrição », ela aparece nas páginas do Madame Figaro que se vangloria em dar, com exclusividade, uma entrevista com a primeira-dama, depois de um verão silencioso no Fort de Brégançon e no Cap Nègre.
Carla Bruni-Sarkozy está por todos os lados, na televisão, nos jornais, na internet. Há um mês ela repete que quer ser discreta, que quer proteger seu filho da mídia, que é muito amada e que seu marido se tornou um homem calmo e maduro. A França toda sabe, em detalhes, a história dessa união e agora, desse bebê. Até o local do nascimento, já fortemente cercado por policiais a espera do herdeiro, foi divulgado : a clínica Muette.
Com uma propaganda antipropaganda, o casal presidencial volta a se expor na mídia com essa história de conto de fadas para tentar conquistar a compaixão dos franceses. Com a pior taxa de popularidade da Vª República, Nicolas Sarkozy vai precisar de todas as astúcias possíveis para se reeleger no próximo ano. Enquanto não entra oficialmente na camapanha, ele manda a família na frente para preparar o terreno.
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