120 mil nas ruas de Atenas contra medidas do governo

Em apoio a greve de 48 horas convocada porcentrais sindicais dos setoresprivado e pblico, milhares de gregos saem s ruas para protestar contra pacote de austeridade que o Parlamento vota nesta quinta. Cerca de 200 manifestantes enfrentaram a polcia com coquetis molotov e pedras



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247 com Agência Estado – O governo da Grécia vem tentando, em vão, se adequar às exigências dos organismos financeiros internacionais para conseguir os empréstimos que permitirão ao país respirar e deixar a crise da dívida pública deflagrada em 2010. O parlamento grego vota nesta quinta-feira um segundo pacote de medidas de austeridade, que enfrenta grande rejeição popular. Para mostrar que discordam das medidas – condição do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Comissão Europeia para o empréstimo de 8 bilhões de euros – 120 mil pessoas saíram às ruas da capital Atenas. 

Os protestos fazem parte de uma greve geral de 48 horas que praticamente paralisou o país: os trabalhadores pararam nas indústrias, nas escolas, nos bancos, ministérios e tribunais, entre outros serviços públicos, e até os museus e sítios arqueológicos aderiram ao movimento grevista. Os manifestantes entraram em confronto com a polícia e cerca de 200 jovens atiraram coquetéis molotov e pedras contra policiais que impediam o acesso ao Parlamento. 

Os serviços de transportes foram prejudicados pela suspensão na operação de ferries. Os serviços nacionais ferroviários também estavam parados, e as duas grandes companhias aéreas gregas – Olympic Air e Aegean Airlines – cancelaram dezenas de voos, por causa de uma paralisação de 12 horas dos controladores de tráfego aéreo. 

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Dezenas de milhares de varejistas e pequenos negócios aderiram ao protesto, fechando suas lojas contra as recentes medidas do governo para elevar impostos e cortar gastos, que pioraram a recessão no país e levaram ao aumento no número de falências. 

A greve de 48 horas foi convocada pelas centrais sindicais GSEE, do setor privado, e Adedy, do público. É a segunda vez no ano que as centrais convocam uma paralisação de dois dias contra as medidas de austeridade. Nas últimas semanas ocorrem greves quase diariamente no país, com várias manifestações, entre elas um protesto de duas semanas de servidores municipais que deixou toneladas de lixo pelas ruas de Atenas e outras cidades. 

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"Nós chegamos ao nosso limite de resistência e, o que é pior, não há um vestígio de esperança", afirmou Stathis Anestis, porta-voz da GSEE. "Queremos enviar a mensagem de que essas políticas de austeridade têm sido uma catástrofe para a Grécia." 

Cortes e votação 

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Pressionado por seus credores internacionais, o governo da Grécia enviou este mês ao Legislativo medidas para cortar empregos e salários do setor público, reduzir as pensões mais altas, acabar com direitos coletivos de algumas categorias e impor novos impostos aos contribuintes, entre outras. 

Nesta quinta-feira, o Parlamento votará as medidas, dias antes de uma visita no domingo de líderes europeus que devem trabalhar em uma solução abrangente para a crise da dívida do bloco. O grupo deve também decidir se libera mais uma parcela de ajuda para a Grécia. O país necessita receber a próxima parcela de 8 bilhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) nas próximas semanas, ou o governo de Atenas disse que ficará sem fundos em meados de novembro. 

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As medidas de austeridade causam divisão no próprio Partido Socialista, que viu sua popularidade ser arrastada a baixas históricas. A votação deve testar o comando do governo sobre sua base, com os socialistas tendo uma maioria estreita de quatro deputados no Parlamento de 300 membros.

Temendo a violência, a polícia reforçou a segurança, inclusive no entorno do Parlamento, onde ocorre um debate pelo segundo dia das medidas de austeridade. "As coisas chegaram a um ponto muito difícil e há um sentimento de raiva entre o povo", disse Ilias Iliopoulos, secretário-geral da Adedy. "Nosso objetivo é reverter essas políticas de austeridade e impedir que a legislação seja aprovada."

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