Youtube limita publicidade da Jovem Pan após estudo apontar favorecimento da plataforma a Bolsonaro

Medida foi tomada pela plataforma após estudo da UFRJ que mostra que o YouTube favorece conteúdos favoráveis a Jair Bolsonaro, sobretudo os do canal da Jovem Pan

(Foto: Reprodução)


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247 - O YouTube limitou nesta quarta-feira (14) a monetização do canal Os Pingos nos Is, da emissora de rádio e TV Jovem Pan, apoiadora de Jair Bolsonaro. 

Segundo reportagem da revista Piauí, o YouTube classificou Os Pingos nos Is na categoria de “monetização limitada”, alegando que a restrição se deve à inadequação do conteúdo para os anunciantes da plataforma. A “monetização limitada” impacta os ganhos do canal com publicidade, já que permite que o anunciante escolha não veicular seu material em determinados vídeos. 

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Segundo a Piauí, na Jovem Pan, a restrição foi vista internamente como uma retaliação ao canal depois que um relatório produzido pelo NetLab, centro de pesquisa em Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e publicado pela Folha de S.Paulo, revelou que o YouTube priorizava a distribuição de vídeos da Jovem Pan aos seus usuários. Parte deles era favorável ao presidente Jair Bolsonaro e crítico ao ex-presidente Lula, rivais na disputa presidencial. 

Leia matéria do 247 sobre o assunto: 

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Campanha de Lula questiona no TSE privilégio dado pelo Youtube a conteúdo bolsonarista, especialmente Jovem Pan

A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedido de providências sobre o resultado revelado pela pesquisa da UFRJ, publicada nesta terça-feira (13), de que o YouTube favorece conteúdos favoráveis a Jair Bolsonaro, sobretudo os do canal da Jovem Pan.

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No pedido, a campanha lembra que a Justiça Eleitoral e as plataformas digitais assinaram um memorando de entendimentos no início de 2022 visando o combate à desinformação, mas também havendo o compromisso de as plataformas, nesse caso o Google, conferirem acesso amplo a informações produzidas por fontes confiáveis.

Afirmam, assim, que o privilégio concedido aos conteúdos da Rede Jovem Pan poderia violar este acordo, bem como ao princípio da neutralidade das redes, previsto no Marco Civil da Internet. O documento pede, ao final (leia abaixo), que o Google seja provocado a se manifestar sobre os dados levantados pelo estudo e que informe quais medidas adotará para corrigir a irregularidade apontada.

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O que diz o estudo

O estudo realizado pelo NetLab revela que o algoritmo do YouTube privilegia a Jovem Pan e vídeos a favor de Bolsonaro em suas recomendações.

De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo, que divulgou a pesquisa, em 18 visitas-teste à plataforma durante o levantamento, os canais do grupo Jovem Pan foram indicados 14 vezes na página inicial do YouTube, com um ou mais vídeos sugeridos. O mais recomendado aos usuários foi o da participação de Bolsonaro no programa Pânico, no dia 26 de agosto.

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Conteúdos dos canais da emissora apareceram como a primeira recomendação em 55% das visitas (10 de 18), bem à frente de outros canais de notícias como UOL (5) –que tem participação minoritária e indireta do Grupo Folha, que publica a Folha–, CNN Brasil (1) e Band Jornalismo (1). Na página inicial, os mais recomendados, por grupo de comunicação, foram Jovem Pan (25), UOL (16), Grupo Bandeirantes (9), CNN (8), Correio do Povo (7), SBT (6), Metrópoles (5) e Fundação Padre Anchieta (5).

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