Vladimir Safatle diz que Bolsonaro ‘se vê à frente de uma revolução e não vai parar’
Em entrevista, o filósofo Vladimir Safatle diz que Jair Bolsonaro se considera à frente de uma "revolução" e "não vai parar". Uma "revolução" da extrema-direita, conservadora, cujos protagonistas, que saem às ruas para protestar contra as quarentenas preventivas do coronavírus, dão provas de "fanatismo pelo ídolo presidente"
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247 - “Ele começou com 30% de apoiadores e vai terminar com 30% de camisas negras”, diz o filósofo Vladimir Safatle, professor na USP, em alusão às milícias fascistas italianas lideradas por Benito Mussolini. “O que o Bolsonaro está fazendo é reconstruindo a identificação ideológica dessa minoria”, prossegue o acadêmico.
Safatle opina que emerge do bolsonarismo "a expressão máxima da ausência absoluta de solidariedade pelos mais vulneráveis, a ponto de se zombar daqueles que estão morrendo”.
Para Safatle, a novidade desse fenòmeno é essa brutalidade servir à construção de uma inédita (no Brasil) direita de base popular.
A "revolução" bolsonarista consiste em realizar “uma transformação radical na estrutura social e cultural do País". Trata-se, segundo o filósofo da USP, de "uma revolução cultural, como o nazismo foi uma revolução cultural". O nazismo "não era só um processo capitalista, era transformação cultural do país" e "é isso que Bolsonaro quer". Safatle cita o guru de Bolsonaro, Olavo de Carvalho, "um sujeito que se diz filósofo e coloca a batalha cultural como um elemento central". Ainda segundo Safatle, "essa batalha tem esse horizonte: transformar as mentes, a maneira com que as relações no interior da sociedade brasileira vão se dar".
Ao comentar a conjuntura, Safatle considera que Bolsonaro é no momento politicamente mais forte do que o campo progressista.
Confira a entrevista na Carta Capital
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