Vera Magalhães questiona poder de João Santana
Colunista da Folha diz que poucas pessoas entendem tanto de como ganhar eleição quanto o jornalista e marqueteiro do PT; no entanto, coloca em dúvida se, 'depois de 12 anos do partido no poder e com a economia não tão dinâmica, Dilma terá credibilidade para vender ao eleitor não os efeitos especiais de um blockbuster chamado Brasil, mas os tais serviços padrão Fifa'

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247 – Até onde a genialidade de João Santana, marqueteiro do PT pode chegar? É o que questiona a colunista da Folha Vera Magalhães. Leia o artigo:
Marketing padrão Fifa
SÃO PAULO - No Brasil, hoje, poucas pessoas entendem tanto de como ganhar eleição quanto o jornalista --tornado marqueteiro-- João Santana. Seu retrospecto recente inclui a reeleição de Lula no pós-mensalão e a vitória dos desconhecidos Dilma Rousseff, em 2010, e Fernando Haddad, dois anos depois.
Diante dos apuros em que se encontram os dois "postes" que ajudou Lula a iluminar, Santana "redobra a aposta'', como disse ao Painel após o Datafolha apontar queda de 27 pontos na avaliação da presidente: "Dilma ganha no primeiro turno''.
São da lavra do marqueteiro todas as peças de comunicação usadas pela presidente neste ano para comemorar a redução na conta de luz e os dez anos do PT no poder e, agora, responder aos protestos de junho.
O otimismo do Brasil se descolando da Terra e alçando voo rumo ao espaço, levado ao ar no programa do PT em maio, em nada combina com as cenas de milhares de pessoas indo às ruas no mesmo país para reclamar contra tudo e contra todos.
Mas já ali, no texto do próprio João Santana, Dilma enunciava que não basta economia dinâmica'' sem educação, saúde e segurança de qualidade. "Aliás, todos os serviços públicos têm de estar à altura do novo Brasil.''
Lula dizia que o Brasil aprendeu a transformar o demorado em rápido, o impossível em possível''. De fato, como se veria logo em seguida.
Ao refazer sua aposta na vitória da presidente sem segundo turno, apesar do cenário hoje adverso, o marqueteiro do PT deve crer que, passada o que chamou de "catarse emocional'', as reivindicações das ruas serão canalizadas para algo racional como a fala de Dilma em maio.
Resta saber se, depois de 12 anos de PT no poder e com a economia não tão dinâmica, a cliente de Santana terá credibilidade para vender ao eleitor não os efeitos especiais de um blockbuster chamado "Brasil'', mas os tais serviços padrão Fifa'' que os criadores dos cartazes de rua batizaram de forma tão genial. E de graça.
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