TV paga perde 50 mil assinantes em um mês
Segundo a Anatel, a TV paga terminou outubro (último mês compilado) com 15.016 milhões de usuários pagantes, 50 mil a menos na comparação com setembro
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Por Altamiro Borges, em seu blog - A mídia tradicional segue afundando em decorrência dos avanços da internet, da crise econômica e da perda de sua própria credibilidade – entre outras causas. A TV por assinatura é prova desta grave crise. No site UOL, o jornalista Ricardo Feltrin informa que ela perdeu 50 mil assinantes no Brasil em um único mês.
Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a TV paga terminou outubro (último mês compilado) com 15.016 milhões de usuários pagantes. “São cerca de 50 mil a menos que um mês antes. Em apenas um ano as operadoras perderam mais de 1 milhão de assinantes”, descreve a matéria.
“Um dos modelos de mídia mais afetados nos últimos anos, a TV por assinatura perde base de pagantes enquanto tenta se reinventar, acossada pelo florescente universo do streaming”, registra Ricardo Feltrin. No início de 2020, ele já havia previsto que a TV paga terminaria o ano abaixo dos 15 milhões de assinantes. Acertou!
O streaming no meio do caminho
A TV paga regrediu ao patamar de 2012. “Naquele ano, a previsão de lideranças do setor era de que em cinco anos ela chegaria a 40 milhões de assinantes, impulsionados pela (trágica) Copa do Mundo em 2014. Como podem ver, a previsão não deu certo. Tinha o streaming no meio do caminho”.
“Em apenas um ano o consumo de serviços como Netflix, Globoplay, Amazon, etc., cresceu mais de 180% no Brasil. Já há mais assinantes de streaming do que de TV paga no país”, afirma Ricardo Feltrin. Mas ele prevê que o setor também vai empacar em breve devido ao alto custo dos seus pacotes. “Assinar um ‘combo’ de serviços de streaming hoje já custa tanto quanto assinar um pacote premium de TV paga”. A conferir!
Novos pacotes devem agravar a crise
Reforçando os temores sobre o futuro da TV paga – no Brasil e no mundo –, o jornalista Mauricio Stycer já havia divulgado duas pesquisas recentes que confirmam o vertiginoso crescimento do streaming. O estudo da Sherlock Communications foi realizado em seis países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru.
“Mais de 92% dos entrevistados disseram que assinaram uma plataforma de streaming desde 2019, com 70% tendo adicionado pelo menos uma em 2020. Entre as motivações para assinar serviços deste tipo estão a oferta de filmes novos, num momento em que os cinemas estão fechados, e o lançamento de conteúdo exclusivos”.
“Todos sabiam que os serviços de streaming são populares na América Latina, mas acho que ninguém percebeu o quão populares nem a rapidez com que estão crescendo", observa Patrick O'Neill, da Sherlock Communications.
Uma outra pesquisa foi feita nos EUA pela Parks Associates. Ela descobriu que, no final do terceiro trimestre de 2020, 61% das residências com banda larga assinam dois ou mais serviços de streaming, em comparação a um índice de 48% um ano antes. O estudo também revelou que 45% assinam três ou mais serviços e 31% assinam quatro ou mais.
“As duas pesquisas indicam que a pandemia de coronavírus teve um impacto positivo sobre estes serviços. Com as pessoas passando mais tempo em casa, cresceu o consumo de produtos audiovisuais pela internet. Como se sabe, em 2021 a oferta de serviços de streaming vai crescer no Brasil, com a chegada de novas plataformas, como Hulu, HBO Max e ViacomCBS”, conclui Mauricio Stycer.
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