Tarso Genro: 100 mil mortos e nada acontece

O ex-ministro da Justiça do governo Lula alerta para a possibilidade de a nova ordem paralela do fascismo ser consolidada

Tarso Genro
Tarso Genro (Foto: Divulgação)


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247 - Bolsonaro estimulou o fogo na Amazônia com as suas declarações odiosas à fiscalização do Ibama e a sua admiração selvagem aos garimpos. Bolsonaro estimulou a indiferença perante o vírus mortal, quando ironizou, dizendo que não era coveiro  e quando - na sua negação doentia do perigo - disse que tudo era uma simples gripe, que não mataria mil pessoas nesta “terra desolada”. Continuou tolerado e respeitado pela mídia tradicional, pelo seu compromisso com as “reformas” destrutivas do Estado Social. Nada acontecia e nada aconteceu, escreve Tarso Genro.

[...] "100 mil  mortos não impressionam a ponto de forjar uma unidade entre o campo progressista ou a ponto de causar rebeliões; esquemas criminosos que envolvem, pesadamente, familiares do presidente são descobertos todos os dias. E nada acontece".

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[...] "Ninguém sabe quem mandou matar Marielle e não surge nenhuma palavra do Presidente, que tente unir minimamente um país com a economia devastada e a sociedade cindida  e manipulada pela hipnose fascista: ela acorda as piores reações do inconsciente de cada pessoa atormentada. Estas, lançam sobre o outro suas chamas de ódio, porque não entendem ou não querem entender o mundo em que vivem. A sua saída é a imediatidade da raiva contra o próximo e seu desejo é encontrar culpados pelo fracasso do monstro criado pela falsa opção entre os extremos. E nada acontece".

[...] Num país que um Presidente negacionista comete um crime de responsabilidade por dia e chega a 100 mil mortos -pela incúria do Estado e pelo exemplo assassino do seu líder- a nova ordem paralela do fascismo poderá ser consolidada. A menos que a vergonha e o amor ao próximo tome conta da política e ela se rebele - por dentro da Constituição de 88- nas ruas e nos Tribunais, para resgatar os legados das revoluções que unificaram o povo contra todas as formas de tirania. Isso pode acontecer?. 

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Leia a íntegra no Sul21
 

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