Site de Charlie Hebdo é hackeado; cartunista italiano é ameaçado

A Justiça francesa abriu um inquérito nesta quinta para apurar um ataque hacker contra o site do jornal satírico Charlie Hebdo

(Foto: Reuters/Christian Hartmann)


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(ANSA) - A Justiça francesa abriu um inquérito nesta quinta-feira (5) para apurar um ataque hacker contra o site do jornal satírico Charlie Hebdo, poucos dias antes do aniversário de oito anos do atentado contra a redação, em 7 de janeiro de 2015, no coração de Paris, e em plena polêmica com o Teerã após a publicação de caricaturas consideradas "insultantes" do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei.   

A denúncia foi apresentada à justiça francesa pela direção do Charlie Hebdo e relata ainda ameaças contra o cartunista italiano Paolo Lombardi, da província de Arezzo, que é autor de uma das imagens publicadas na última edição do jornal.   

O italiano de 59 anos, agora aposentado, é um dos 35 vencedores do concurso organizado pela publicação francesa e uma de suas caricaturas foi divulgada na edição dedicada ao regime iraniano, cujas imagens provocaram polêmica com Teerã.   

De acordo com o que foi apurado, a polícia reforçou as medidas de segurança para proteger Lombardi, autor de uma charge que retrata uma mulher urinando sobre a imagem de Khamenei.   

Seu desenho foi destaque na primeira página da edição especial comemorativa do aniversário do ataque de 2015 na redação de Paris e visando a repressão do regime de Teerã.   

"Esta charge é fruto da minha indignação com o que está acontecendo no Irã. Considero fundamental a liberdade de expressão. Quase todos os artistas são iranianos e arriscam mais do que eu", declarou o italiano.   

Nos próximos dias, a prefeitura de Arezzo deve decidir se adotará mais medidas de segurança. Lombardi já tem uma trajetória reconhecida em jornais franceses tendo publicado charges para "Le Monde" e "Le Figaro".   

"Tenho desenhado toda a minha vida. Já fui atacado muitas vezes antes, aconteceu comigo, por exemplo, por causa de desenhos animados sobre Erdogan. Mas continuo porque através de sátira tenho a convicção de que também defendo a liberdade", acrescentou Lombardi.   

Entrevistado pela France Inter, o diretor do Charlie Hebdo, Laurent "Riss" Sourisseau, sobrevivente do ataque jihadista de 2015, relatou que já havia sofrido "ataques cibernéticos do Paquistão". "É um pouco clássico para Charlie, deveríamos ter esperado. Se for só isso agora, não é tão sério", disse.   

Na tarde desta quinta, o site do jornal já estava normalizado, com exceção da sua loja online.

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