Será que vem aí um mundo pós-Globo?

Paulo Nogueira, ex-diretor da própria Globo, hoje à frente do Diário do Centro do Mundo, argumenta que sim e fixa o ano de 2030 como a data em que o telejornal da casa só será assistido pela família Marinho e pelos funcionários da emissora; cobertura dos protestos, a seu ver, foi exemplo de manipulação jornalística

Será que vem aí um mundo pós-Globo?
Será que vem aí um mundo pós-Globo?


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247 - O jornalista Paulo Nogueira, ex-diretor de Época e de várias revistas da Globo, hoje à frente do Diário do Centro do Mundo, argumenta que ainda viveremos num mundo sem Globo (a propósito: o próximo Primeiro de Julho é o Dia Mundial sem Globo, num movimento que vem sendo organizado pelas redes sociais). Confira a tese de Nogueira:

2030: o Brasil pós-Globo

Este artigo foi publicado dia 3 de abril. Dada a cobertura da Globo dos protestos em SP, é oportuno republicá-lo.

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Me pedem que analise um texto de um colunista que eu não conhecia, Rodrigo Constantino.

Li.

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A não ser que aconteça uma desgraça, não voltarei a lê-lo jamais.

É um cruzamento de Olavo Carvalho, Reinaldo Azevedo e Ali Kamel.

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Muito para mim.

Sobre o texto, é uma distopia. O Brasil, no futuro, terá a moeda comum do continente, o bolívar, e o Bolsa Família, “esmola”, será universal entre nós.

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É mais ou menos isso.

Ofereço uma visão alternativa de futuro. Fixemos o ano de 2030.

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Em 2030, o Brasil já não terá mais a Rede Globo. Ela foi definhando em audiência, o que já está ocorrendo aliás há alguns anos.  Eram 50%, depois 40%, depois 30%, depois 20%, e afinal o zero se aproximava.

Chegou uma hora em que ela era vista apenas pela família Marinho, e não na totalidade, e parte dos funcionários da Globo.

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O golpe baixo com o qual ela segura a receita publicitária – o infame BV, que mantém as agências acorrentadas à empresa – foi finalmente enquadrado pelo governo como prática monopolista e desleal.

O governo também apertou o cerco sobre expedientes fiscais imorais, como a proliferação de PJs. O caso icônico de Carlos Dornelles deflagrou uma ação da Receita Federal que pôs fim à mamata.

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E a internet foi cobrando o seu preço, segundo a segundo.

No futuro que ofereço ao exame de vocês, os brasileiros ao se livrar da Globo se livrarão também de: a) novelas que deseducam; b) programas como o BBB, que também deseducam; c) horários abjetos de jogo de futebol apenas para que as novelas não sejam interrompidas.

É fácil montar um abecedário aí.

Os brasileiros também estarão libertados de noticiários desonestos e manipuladores, e de colunistas que combatem tenazmente pela manutenção dos privilégios dos Marinhos, de Jabor a Merval.

Não mais Jô, não mais Galvão, não mais Waack. Não mais Faustão, não mais Fantástico, não mais Ana Maria Braga.

Não mais Bonner. Não mais Bial. Talvez bebamos menos cerveja, e levemos portanto uma vida mais saudável, porque sumirão os merchans das novelas que estimulam os espectadores a achar qualquer motivo para abrir uma lata ou uma garrafa de qualquer marca.

Isso porque o anunciante é a Ambev, dona de quase todas as marcas, a começar por Brahma e Antarctica, e então não faz diferença que cerveja seja consumida.

Os Marinhos deixarão de figurar na lista dos bilionários da Fortune, e parte de sua fortuna irá construir casas, escolas e hospitais nas favelas cariocas, que aliás deixarão de ser favelas.

Numa autocrítica imperiosa, a prefeitura de São Paulo rebatizará a avenida Roberto Marinho como avenida Vladimir Herzog.

Já não lembro os detalhes do futuro de Constantino, mas prefiro me ater a este, que de resto considero bem mais realista.

Quanto a ele próprio, Constantino, em 2030 ele está casado com Yoani, e os dois vivem numa tent city em Miami. O padrinho do casamento foi o cubano exilado em Miami Carlos Alberto Montanez, o Perfeito Idiota Latino-americano.

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