"Se a Globo prestasse, o Rio não estava assim", diz Cynara Menezes
Em resgate histórico, a jornalista relata as posições da emissora em favor da exclusão e da violência contra o povo pobre do Rio de Janeiro: "uma das primeiras campanhas que a Globo organizou contra Brizola foi quando ele decidiu que precisava de mandado para entrar nas casas dos moradores das favelas"
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247 - Em uma sequência de tuítes publicados neste sábado (8), a jornalista Cynara Menexes explicou o motivo pelo qual a Rede Globo tem culpa no processo de violência contra o povo periférico do Rio de Janeiro. Na quinta-feira (6), uma ação policial matou 28 moradores da favela do Jacarezinho e deixou um policial morto.
Em resgate histórico, ela lembrou das campanhas da emissora contra o ex-governador do estado Leonel Brizola, que impôs medidas para mitigar a exclusão da população pobre e colocou limite à atuação policial em favelas.
A Globo, por sua vez, destaca a jornalista, foi prócer dos ataques a Brizola em razão das medidas adotadas. "Uma das primeiras campanhas que a Globo organizou contra Brizola foi quando ele decidiu que precisava de mandado para entrar nas casas dos moradores das favelas. Jacarezinho é a continuidade de um processo que deveria ter acabado lá atrás – e a cujo fim a Globo se opôs ferozmente. A Globo também se opôs ferozmente à decisão do governo Brizola de colocar linhas de ônibus entre os subúrbios e a praia. Atiçou o ódio da classe média contra Brizola porque não queria ver o pobre nas praias da Zona Sul. Eu sempre digo: se a Globo prestasse o Rio não estava assim".
"Numa reunião, Brizola colocou as diretrizes pelas quais seria massacrado na mídia: proibiu a polícia de entrar nos barracos das favelas sem ordem judicial. No dia seguinte, os jornais cariocas o atacavam dizendo: 'brizola proíbe a polícia de subir o morro'", contou.
"A Globo é responsável direta pela debacle do Rio", concluiu a jornalista.
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