Saudações à liberdade

A superação das nossas mazelas depende de uma depuração de hábitos e métodos. Não se trata de assunto privado, é assunto de alto interesse público



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Na tarde da quinta-feira passada estava no penúltimo dia de trabalho na Bahiagás, quando recebi o convite do Bahia247 para escrever uma coluna semanal. “Pauta livre: você escreve o que quiser, sobre o que quiser”, disse-me o repórter Rômulo Faro, porta voz do convite feito pelo poeta e jornalista Eliezer César. Para um declarado livre-pensador, irrecusável. Daqui para frente, então, tratarei de transformar em textos, algumas reflexões dominicais que postarei às segundas. Por gratidão e dever de consciência, saúdo meus colegas que me presenteiam com o espaço privilegiado do Bahia 247 com uma reverência à liberdade, direito fundamental para qualquer pessoa, mas especialmente fundamental para quem tem a escrita como ofício.

Em 1798, a Cidade da Bahia viu nas ruas, os restos de quatro jovens negros esquartejados por haverem distribuído os boletins sediciosos da Revolução dos Alfaiates, escritos à mão. O recurso à intimidação pela punição brutalmente exemplar, usual nos tempos da colônia, ressurge com uns toques de modernidade. Mas preserva a mesma verve cruel de séculos atrás. Faço então a denúncia na esperança de conquistar de cada leitor ou leitora, a solidariedade para dois colegas.

O jornalista Aguirre Peixoto enfrenta quatro processos movidos por gigantes do mercado imobiliário. Qual o seu pecado? Cumpriu pautas e fez reportagens sobre as transformações consolidadas e em curso na cidade, particularmente, na Paralela. Vice-presidente, orgulha-me dizer que, nessa contenda de David contra Golias, Aguirre conta com a defesa jurídica da Associação Bahiana de Imprensa.

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A também jornalista Nadja Vladi é alvo de ação ainda mais bizarra, movida pela produtora do Camarote Salvador. E o seu pecado? Assim como este articulista e outras tantas pessoas, questionou o uso – ou abuso – de uma área pública em proveito privado. Poderia ser qualquer outra pessoa, entre as muitas que se expressaram publicamente. Mas escolheram Nadja Vladi, que atua profissionalmente como editora de uma revista dominical, na área cultural, onde o grupo da Premium Produções é o mais poderoso, economicamente.

A superação das nossas mazelas, cuja origem está nas piores tradições preservadas desde a colônia, depende de uma depuração de hábitos e métodos. Nos dois casos, enxergo violência. Contra o exercício pleno do jornalismo, no primeiro caso; e contra o exercício das liberdades democráticas, no segundo. Em ambos os casos, ações absolutamente incompatíveis com os dias de hoje. Não se trata de assunto privado, é assunto de alto interesse público. Ou escolheremos mantermo-nos na eterna condição de província? O que você acha?

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