“Samuel Wainer foi o grande renovador da imprensa brasileira”, diz Karla Monteiro

Biógrafa de Samuel Wainer fala sobre o papel decisivo do jornalista na história da imprensa brasileira. “Tenho certeza que o Samuel foi o grande renovador da imprensa brasileira, em vários sentidos”. Assista na TV 247

Samuel Wainer e Karla Monteiro
Samuel Wainer e Karla Monteiro (Foto: Divulgação | Márcia Charnizon)


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247 - A jornalista Karla Monteiro contou em entrevista à TV 247 a história do também jornalista e empresário russo-brasileiro Samuel Wainer, fundador do jornal Última Hora, que revolucionou a imprensa brasileira. Autora da biografia “Samuel Wainer: O homem que estava lá”, de setembro de 2020, Karla destacou os diversos avanços promovidos pelo periódico, que nasceu em uma época em que os grandes jornais não tinham padrões profissionais ou editoriais adequados.

“Tenho certeza que o Samuel foi o grande renovador da imprensa brasileira, em vários sentidos. Primeiro, o Samuel Wainer inova nas questões técnicas do jornal. O Última Hora foi lançado em 1951. A imprensa vinha adormecida. Com 15 anos de censura do Estado Novo, os jornais eram feios, velhos, não tinha fotografia, as matérias começavam na primeira página e terminavam na última… O Estadão e o Correio, que eram os principais jornais do Brasil, davam o noticiário internacional na capa”, lembrou. 

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“Aí chega o Samuel Wainer e contrata os melhores da imprensa, leva todo mundo com ele, porque ele tinha dinheiro, por via de um empréstimo do Banco do Brasil e investidores privados. Então, ele chega com dinheiro e com criatividade principalmente. Ele inova em tudo, trazendo a fotografia como linguagem, ele implanta a diagramação, que não existia, ele inova nos assuntos. O Última Hora foi o primeiro jornal a dar uma foto de futebol na capa, é o primeiro jornal a cobrir polícia de uma forma que não era sanguinolenta e literariamente com a coluna do Nelson Rodrigues”, prosseguiu.

Apoio a Getúlio

A entrevista também lembra o papel político de Wainer à época, como apoiador de Getúlio Vargas e ator importante para a volta do político à presidência, através do “queremismo”, surgido após uma entrevista feita com ele em 1949. Getúlio Vargas então se candidatou e foi eleito em 1950. A oposição ao governo era protagonizada pelos veículos do grupo de Assis Chateaubriand, dos Diários Associados. Foi a amizade política entre Wainer e Getúlio que culminou na criação do Última Hora.

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Ela diz que, em seu livro, a história da entrevista feita com Vargas em 1949 para o periódico O Jornal é recontada em uma versão diferente da relatada no famoso best-seller autobiográfico “Minha Razão de Viver”. “No ‘Minha Razão de Viver’, o Samuel conta, como ele contou na época, que tinha sido uma coisa aleatória, que tava sobrevoando o Rio Grande do Sul, fazendo uma matéria sobre trigo e resolve descer na fazenda do Getúlio… só que aí, não é bem assim. No meu livro, essa história é recontada”.

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