Rochas bilionárias revelam indícios de vida antiga: a nova luz sobre a história dos eucariontes
Estudo descobre compostos orgânicos em rochas antigas na Austrália, indicando a existência de eucariontes há mais de um bilhão de anos
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
247 - Plantas, algas, fungos e animais - incluindo os humanos - são todos eucariontes: formas de vida com células complexas que contêm núcleo. Uma recente descoberta de compostos orgânicos em rochas antigas na Austrália oferece novos insights sobre a história inicial dos eucariontes, sugerindo que esse grupo já era abundante mais de um bilhão de anos atrás, conforme um novo estudo.
Os eucariontes acredita-se que remontam a 2 bilhões de anos, mas os cientistas pensavam que só se tornaram comuns há cerca de 800 milhões de anos, disse o Dr. Benjamin Nettersheim, um dos principais autores do estudo publicado na Nature. No entanto, rastros recém-descobertos de moléculas possivelmente produzidas por eucariontes têm até 1,6 bilhões de anos, indicando que "os eucariontes iniciais já eram ecologicamente importantes por todo esse tempo," disse Nettersheim, que é pesquisador pós-doutorando em geobiologia no Centro MARUM para Ciências Ambientais Marinhas na Universidade de Bremen na Alemanha.
A evidência desses antigos eucariontes tomou a forma de moléculas biológicas que eles produziram. Os eucariontes modernos produzem um conjunto de biomoléculas de assinatura, incluindo colesteróis. O colesterol é um composto orgânico, um esteróide naturalmente ocorrente.
No novo estudo, Nettersheim e outro co-autor, Jochen Brocks, encontraram um composto relacionado ao colesterol que parecia confirmar uma hipótese de décadas sobre a evolução dos eucariontes. O cientista Konrad Bloch, que ganhou o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1964, percebeu que à medida que os eucariontes modernos sintetizam colesterol, alguns compostos orgânicos intermediários se formam.
Nettersheim, Brocks e seus colegas realizaram análises químicas de rochas do Barney Creek, procurando pelos precursores de colesterol que Bloch previu que teriam sido feitos por eucariontes iniciais. "Para nossa surpresa, na verdade os encontramos em abundância surpreendentemente alta, e em todos os lugares onde temos biomarcadores preservados neste período, também vemos essas moléculas," disse Nettersheim. "Agora podemos confirmar a hipótese de Bloch."
A presença desses protosteróides indica que os primeiros eucariontes estavam adaptados a um mundo muito diferente da Terra moderna. Há muito mais oxigênio na atmosfera hoje do que havia 1,6 bilhão de anos atrás, e as moléculas de proto-esteróides produzidas por esses eucariontes iniciais requeriam menos oxigênio para produzir do que os colesteróis. "Pode ser uma vantagem usar esses esteróis mais primordiais," disse Nettersheim.
A próxima etapa para Nettersheim e seus colegas é estudar mais o mundo habitado por essas formas de vida antigas, atirando lasers em uma fina fatia de rocha e usando a informação sobre como a luz rebatida para mapear os diferentes compostos químicos presentes. "Esperamos que isso nos ajude a restringir muito mais onde, quando e sob quais condições nossos antigos ancestrais eucariontes prosperaram," disse ele.
Com informações de CNN.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247