Reinaldo Azevedo, que foi editor e amigo de Olavo de Carvalho, diz que ele morreu como "caricatura"

Jornalista disse lamentar a morte do guru bolsonarista, com quem teve "uma relação cordial e até bem-humorada, ainda que as discordâncias fossem gigantescas"

Reinaldo Azevedo e Olavo de Carvalho
Reinaldo Azevedo e Olavo de Carvalho (Foto: Reprodução/Youtube)


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247 - O jornalista Reinaldo Azevedo, em sua coluna no UOL, comentou na manhã desta terça-feira (25) a morte do guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, de quem foi editor e amigo.

Azevedo afirmou que o coronavírus, que levou à morte Olavo, "não é guia moral nem quando mata negacionista" e que o guru não morreu "em razão das bobagens que disse". "O coronavírus não existe para dar aula prática de filosofia. Também não é mestre de educação moral e cívica. Tampouco é o braço vingador do Senhor, punindo aqueles que falam asneiras sobre a Covid-19, minimizando seus riscos ou mesmo afirmando, como chegou a fazer Olavo, que a pandemia não existia e que estávamos todos imersos em uma grande farsa".

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"Não! Ele não morreu em razão das bobagens que disse. Tampouco se pode garantir que o negacionista de propaganda realmente recusou a vacina ou que não tomasse os devidos cuidados. Não sei. Ele havia assumido um lugar no debate público em que já não conseguia exercer o papel essencial do intelectual que tinha a ambição de ser: a independência. Era formulador e funcionário de uma causa", declarou.

O jornalista também detalhou sua relação com Olavo: "conheci Olavo em 1996. Chegamos, como é sabido, a ter uma relação cordial e até bem-humorada, ainda que as discordâncias fossem gigantescas. Nunca fui discípulo ou aluno seu. Na verdade, fui seu editor em duas revistas, o que é coisa muito distinta. Era gentilíssimo comigo. As coisas azedaram de vez em 2015, quando ele passou a me acusar de estar entre aqueles que queriam evitar, como posso chamar?, o assalto ao Palácio de Inverno pelos reaças. Olavo estava convicto de que o impeachment de Dilma não aconteceria e de que era preciso escolher o caminho da ação direta. Sim, era uma pregação abertamente golpista. Quando apontei a insanidade de tal pensamento, virei um de seus demônios prediletos".

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Azevedo disse lamentar a morte do bolsonarista. "Lamento, de verdade, a morte de qualquer pessoa. Também a de Olavo. De resto, é sempre triste quando as pessoas se tonam escravas da personagem que inventaram".

"O Olavo que morreu nesta segunda tinha virado uma caricatura de si mesmo", concluiu.

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