Reinaldo Azevedo: "Bolsonaro oferece 400 mil mortos ao lúmpen-milicianato"

Os, até agora, mais de 400 mil mortos são o grande legado de Bolsonaro ao lúmpen-milicianato, escreve Reinaldo Azevedo

Ato da ONG Rio de Paz para lembrar as mortes pela Covid-19. 11/06/2020
Ato da ONG Rio de Paz para lembrar as mortes pela Covid-19. 11/06/2020 (Foto: REUTERS/Pilar Olivares)


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247 - "A instalação da CPI da Covid mexe com os bofes de Jair Bolsonaro. Agride o seu senso de onipotência —injustificado segundo um crivo objetivo, mas compreensível se visto por lentes clínicas. O golpista de primeira hora, que nunca precisou de comissão de inquérito ou de oposição organizada para pregar o rompimento da ordem —como provam os atos antidemocráticos que patrocinou já em 2019—, não aceita que sua obra seja questionada. Os, até agora, mais de 400 mil mortos são o seu grande legado ao lúmpen-milicianato que o aplaude", escreve o jornalista Reinaldo Azevedo na Folha de S.Paulo.

"Ao não arredar um milímetro das posições as mais estúpidas e reacionárias, que muitos enxergam danosas e contraproducentes para seu próprio futuro político, Bolsonaro age com cálculo. Ele deu voz a esse público que existia nas sombras; que se esgueirava nos escuros da história; que se acoitava nos desvãos nunca visitados —não de modo suficiente ao menos— pela teoria política".

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"Bolsonaro pode não saber exatamente o nome do que pratica —embora viva cercado de alguns que o sabem—, mas já percebeu ter um público cativo —em mais de um sentido. O que um olhar objetivo e crítico apontaria como um tiro no pé é precisamente a seiva, vertida como fel, que plasma em eleitorado os ódios que ele açula e alimenta. E, por essa razão, o presidente não desiste nem recua nunca". 

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