Quem fala demais dá bom dia a cavalo
Nissan faz sucesso com os pôneis malditos, mas pode levar um coice do Conar
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Pois é, quando se é criança certas coisas não fazem o menor sentido. No topo dessa lista temos a chamada mentirinha. Atenção para a diferença: mentira é falta grave; mentirinha é recurso de sobrevivência, tipo quando a mãe da gente corta o cabelo e pede opinião (me responda, pra que polemizar?). Meu pai já dizia "quem fala demais dá bom dia a cavalo" e foi a partir desse ensinamento que eu consegui compreender essa questão da mentirinha e não virei um daqueles adultos chatos que reclamam de tudo.
E por falar em adultos chatos, parece que o Conar está se preparando para dar um coice na campanha "Pôneis malditos" da Nissan. Criada pela Lew´Lara/TBWA e lançada em 29 de julho, a campanha alcançou o primeiro lugar nos Trending Topics no Brasil e o sexto lugar entre os assuntos mais comentados do mundo no twitter - em apenas cinco dias, foram 3,5 milhões de acessos no Youtube, nada mal para um comercial de caminhonete.
Depois desse sucesso cavalar dizem que os pôneis receberam quase 30 reclamações de todo o país. O resultado, acreditem, foi que a peça entrou na mira do Conselho de Autoregulamentação Publicitária (Conar) sob a acusação de associar figuras infantis à palavra malditos.
Pausa para meditação... Pensem comigo: se a bendita campanha dos pôneis pode sair do ar graças a uma associação que, para alguns, é inadequada, então, não seria o caso de o Conar levar essa mesma bandeira para outros endereços? Veja o filme:
A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) aponta que o início do consumo de álcool no Brasil ocorre dos 11 aos 13 anos de idade, por que será? Talvez porque, para alguns adultos, associar um ídolo nacional a uma cerveja não ofereça riscos, mas, associar pôneis com malditos, aí sim, configura um perigo real. Na falta de uma resposta clara, o melhor mesmo é conversar com a criançada e ficar de olho no controle remoto. Afinal, nunca se sabe quando um maldito testemunhal vai aparecer na TV.
De minha parte, vou ficando por aqui, dizendo que não sou advogado da Nissan - minha caminhonete é Chevrolet – e não vejo absolutamente nada demais no comercial dos pôneis. O que eu vejo é um Conar que deveria seguir o conselho de meu pai, senão vai acabar dando bom dia a quem não deve. Ah, quando não tem Skol, eu também sou brahmeiro.
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