Programa de Bial aborda temas com superficialidade
Na moral pretende levar à reflexão, mas faz discussões rasas; Maria Paula e Alexandre Pires causam vergonha alheia, enquanto as opiniões de Pondé e Antônio Carlos Queiroz são mostradas em conta-gotas
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247- "É viado, bicha ou homossexual? Como se fala? Crioulo, negro, pessoa de cor ou afro-brasileiro?". Foram com essas indagações que o jornalista Pedro Bial abriu seu programa na Moral, veiculado nesta quinta-feira, pela Rede Globo. O programa, como definiu o próprio Bial, quer provocar e abordar temas polêmicos. No entanto, o excesso quadros, personagens e entrevistados aliado ao ritmo veloz deixou o debate superficial.
Para discutir o "politicamente correto", Bial chamou o jornalista Antônio Carlos Queiroz, autor do Politicamente Correto, o filósofo Luiz Felipe Pondé, que escreveu Guia Politicamente Incorreto da Filosofia, a apresentadora Maria Paula, e o pagodeiro Alexandre Pires, que recentemente foi acusado de racismo por veicular o clipe da música Kong. Os entrevistados opinaram sobre abuso moral e sexual no ambiente de trabalho e preconceito. E para ilustrar, houve depoimentos de personagens e até encenação dramática de uma história real de abuso moral, vivida por uma mulher em seu ambiente de trabalho.
Durante os 30 minutos de programa, houve mais cenas constrangedoras do que um debate que levasse a alguma reflexão, o que parecia ser o objetivo de Bial. Ver a apresentadora Maria Paula usando um generoso decote e criticando o fato de as brasileiras serem vistas como vulgares no exterior foi tão constrangedor como notar a alienação de Alexandre Pires ao abordar o tema racismo e perceber que ele não consegue formar uma opinião sobre o tema.
As visões de Pondé e Antônio Carlos até renderiam um bom debate sobre o tema, mas a edição conta-gotas da fala deles prejudicou a discussão. Outro material desperdiçado foi a participação da plateia. Ao final do programa, foram mostradas algumas opiniões das pessoas, mas seria mais proveitoso para a discussão se elas participassem do debate, porque, pelo menos no primeiro programa, as opiniões deles foram bem interessantes. O programa registrou 12 pontos no Ibope.
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