Políticos querem conteúdo erótico fora da mídia

Deputados, como o evanglico Olair Francisco (PTdoB), elaboram Projetos de Lei para proibir a veiculao desse tipo de contedo nas emissoras de comunicao



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Natalia Emerich_Brasília247 – O apelo erótico preocupa os Legislativos local e federal. Na Câmara dos Deputados, tramita o projeto de lei do deputado federal Roberto de Lucena (PV/SP) que proíbe a veiculação de conteúdo erótico na TV, no rádio, na internet, em jornais e revistas. Em Brasília, proposta similar foi aprovada na Câmara Legislativa, mas vetada pelo governador Agnelo Queiroz (PT). O autor é o deputado distrital Olair Francisco (PTdoB), que agora tentará convencer os colegas a derrubar o veto.

Ambos evangélicos, os deputados dizem estar escandalizados com o que consideram conteúdo pornográfico veiculado na mídia. Em um trecho da proposta, Roberto de Lucena justifica que ao divulgar assuntos eróticos "promove-se o desenvolvimento sexual precoce de crianças e adolescentes, espalhando-se males morais e psicológicos". Na versão assinada por Olair Francisco, é dito que "o sexo existe para ser usado na realização da pessoa humana como expressão do amor verdadeiro e não para ser objeto de comércio, de abuso de incapazes e de exibições pornográficas."

O distrital diz que falta "bom senso" aos meios de comunicação. "Você abre o jornal e encontra cada anúncio que não tenho nem coragem de falar, é muito escandaloso", destaca. Para Olair Francisco, os anúncios eróticos estão muito explícitos e sem limites. "Temos que dar um breque nisso." O parlamentar lamenta o veto do governador ao projeto. "Trabalharei para derrubar a decisão, o governo não percebeu a importância dessa lei." Ele conta que vai fazer lobby na Câmara Legislativa para manter a proposta.

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Homens nus

A assessora jurídica de Roberto Lucena, Damaris Alves, argumenta que os jornais não têm critério para vender os espaços publicitários. "Um dia a minha filha chegou em casa, pegou o jornal e deu de cara com uma imagem de dois homens, nus, em posição erótica na cama", critica. Ao lado de Lucena, Damaris faz parte do grupo Frente Nacional Cristã de Ação Social e Política (Fenasp).

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Na Câmara dos Deputados, o projeto de Lucena foi rejeitado pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática. Apesar da derrota, o deputado não vai desistir. A discussão continua na próxima fase da tramitação. "Os votos serão mais bem trabalhados", afirma Damaris.

Negócio

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O gerente de uma luxuosa casa de strippers de Brasília concorda que as imagens não devem ser agressivas, mas acha que são essenciais para divulgar os serviços oferecidos pela boate. "Propaganda é a alma do negócio, quem não é visto não é lembrado.", afirma.

Segundo a assessoria de imprensa do Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar), quando as pessoas se sentem incomodadas com o teor da publicidade, podem recorrer ao órgão. A denúncia é levada ao conselho, que pode tirar o anúncio de circulação. "Não há critérios específicos para julgar o que é sensual, erótico ou natural, cada caso é estudado separadamente", informou a assessoria. O Conar considera que o país tem regulamentações suficientes para tratar o tema de maneira rápida e eficiente.

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