Patrícia Campos Mello sobre a máquina bolsonarista: “expor jornalistas é uma forma moderna de censura”
Jornalista da Folha de S.Paulo, que acaba de lançar o livro “A máquina do ódio: Notas de uma repórter sobre fake news e violência digital”, relatou à TV 247 como sofrem os jornalistas com o atual governo. Assista
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
247 - A jornalista Patrícia Campos Mello, em entrevista transmitida na TV 247, contou como funciona a máquina de ódio bolsonarista e relatou como sofreu com essa engrenagem em 2019, quando foi vítima de ofensa de cunho sexual por parte de Jair Bolsonaro após ter publicado matéria sobre o disparo de mensagens pró-Bolsonaro por meio do WhatsApp. Ela acaba de lançar o livro “A máquina do ódio: Notas de uma repórter sobre fake news e violência digital”.
Patrícia ressaltou que ela não foi a única profissional da imprensa a ser atacada e pontuou que as ofensivas contra jornalistas nunca foram tão recorrentes no Brasil quanto são agora no governo Bolsonaro. “É essa coisa de você fazer um assassinato de reputação de jornalistas, esse tipo de líder depende disso, de você deslegitimar, descredibilizar a imprensa. Estou longe de ser a única pessoa que passou por isso, a gente tem vários exemplos. Logo depois de mim foi a Vera Magalhães, antes tinha sido a Constança Rezende, a Miriam Leitão direto, então é uma coisa muito mais agressiva com mulheres. Eu diria que os jornalistas como um todo estão enfrentando uma hostilidade bem maior do que em governos anteriores”.
Para Patrícia, a forma que o bolsonarismo encontrou de censurar o jornalismo foi expondo os profissionais, intimidando-os por meio do poderio das redes sociais. “Por mais que houvesse uma hostilidade anterior, acho que agora bateu todos os recordes, seja em relação a veículos, como em relação à Globo e à Folha, seja em relação a jornalistas individuais, eles querem expor os jornalistas, isso é meio que uma forma moderna de censura. A pessoa antes de publicar uma matéria que sabe que vai gerar uma reação, que é uma matéria ali investigativa, você pensa duas vezes, você pensa ‘poxa, vão falar de mim, vão falar da minha família e vão distribuir isso de forma maciça pelas redes sociais usando essa máquina do ódio’. Na época, a quantidade de memes com montagens pornográficas que encaixaram meu rosto era uma coisa avassaladora, e esse tipo de coisa não se apaga, está lá para sempre”.
Inscreva-se na TV 247 e assista ao relato da jornalista Patrícia Campos Mello:
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247