“O que falta ao jornalismo é crítica”, diz Marco Piva sobre a cobertura do governo Bolsonaro
Para o jornalista e professor da FESP, os profissionais da imprensa estão constantemente caindo em “armadilhas” deixadas por Jair Bolsonaro. “É importante que o jornalista destrinche [as jogadas]”, afirmou. Assista na TV 247
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247 - O jornalista e professor da FESP Marco Piva, em entrevista à TV 247, criticou o jornalismo brasileiro pela cobertura do governo Jair Bolsonaro. Para ele, os jornalistas estão constantemente caindo em “armadilhas” deixadas pelo bolsonarismo para pautar o debate público.Segundo Piva, o discurso de Bolsonaro na ONU na terça-feira (21) foi um exemplo: “o que foi dito é muito mais do que um saco de mentiras, é um saco onde existe uma estratégia. E essa estratégia de extrema direita é a partir de um governo pelo caos, ou seja, governar pelo caos. Para quê? Para que justamente essa situação política permaneça na pauta. O Bolsonaro é um puxador de pauta. Todos os dias ele está pautando a oposição. Com suas frases ignorantes ele pauta, e com isso vai governando”.
“Estamos falando de uma geopolítica de comunicação. Não estamos falando só de uma discussão política”, complementou.
O professor, então, recomendou que as redações sejam mais críticas em relação ao governo federal, citando como exemplo a não ser seguido a cobertura da imprensa acerca da Lava Jato. “O que falta ao jornalismo é crítica. E não é só a crítica ao outro, é também a crítica a si mesmo, coisa que a imprensa nunca se permitiu. Tivemos toda a Operação Lava Jato sem qualquer tipo de crítica, uma louvação, uma lambeção total que levou depois a uma simples constatação: nem tudo era real, nem tudo que se fazia era em benefício do país”.
“No fundo”, o que precisa ser feito “é o bom e velho jornalismo”, destacou Piva. “O jornalismo precisa de reinventar. É preciso que o jornalista se reinvente. Ele precisa estudar essas cadeias de informação que trafegam o mundo todo em questão de segundos. É importante que o jornalista destrinche [as jogadas] para que não caia em armadilhas”.
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