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Empresa de Mark Zuckerberg se mete em mais uma polmica sobre privacidade, ao ativar automaticamente um recurso de reconhecimento facial



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247 – O Facebook acaba de entrar em mais uma polêmica sobre privacidade. Ao habilitar um recurso de reconhecimento facial para todos os usuários da rede social de fora dos Estados Unidos automaticamente – sem pedir aprovação do internauta –, a empresa de Mark Zuckerberg se viu pressionada. No Brasil, o resultado foi uma notificação por parte do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, por denúncias de violação de privacidade. Segundo o DPDC, a ferramenta aumenta a exposição da imagem dos usuários da rede, ao permitir que eles identifiquem seus amigos em fotos postadas no álbum pessoal. Os argumentos de que “há indícios da ausência de consentimento dos usuários para a ativação da ferramenta”, “possível violação de privacidade” e “modificação unilateral sem aviso prévio dos termos de uso da rede social” também foram usados pelo Departamento. A empresa tem dez dias para prestar esclarecimentos.

Nesta quinta-feira, 9, porta-vozes do Facebook pediram desculpas, conforme reportaram algumas agências de notícias, como Reuters e BBC, reconhecendo que deveriam ter avisado os usuários sobre a implantação da nova ferramenta. “Deveríamos ter sido mais claros com as pessoas durante o processo para tornar o serviço acessível”. O recurso foi lançado nos Estados Unidos em dezembro do ano passado, também de forma automática, porém, antes de ativá-lo, a empresa publicou uma nota em seu blog oficial explicando aos americanos como era o processo para desabilitar o serviço, o que não foi feito desta vez. Recentemente, a rede social atualizou nesta página a nota de dezembro, mas não avisou que a ferramenta é ativada automaticamente, e que para desativá-la, o usuário deve alterar as configurações de sua conta.

As empresas de segurança The Register e Sophos criticam a iniciativa do Facebook, pois a ação permite aos amigos de um usuário identificá-lo – criar tags, no termo da rede – sem consentimento. Na Europa, a mudança também foi mal recebida. De acordo com o jornal El País, autoridades de um grupo de defesa da privacidade do continente se manifestaram mostrando preocupação pelo fato de a rede social ter introduzido a ferramenta no site sem aviso prévio e por tê-la ativado automaticamente. O Facebook emitiu uma nota oficial e alega que nela há explicações que servirão para ajudar os usuários a desativarem a ferramenta. A Europa não abriu uma investigação formal sobre o caso, mas alguns veículos de comunicação locais não descartam que ainda o faça.

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Na ferramenta de reconhecimento facial do Facebook, os usuários que publicam uma foto na rede têm seus amigos identificados automaticamente. Até então, esse processo era feito manualmente, ao clicar nos rostos das pessoas. Para reconhecer as faces automaticamente, o site usa uma tecnologia que identifica usuários marcados anteriormente, em outras imagens publicadas na rede. Para não ser reconhecido em fotos de outros membros, é preciso acessar a opção “configurações de privacidade”, no menu do site, “personalizar configurações”, clicar em “sugerir fotos minhas a amigos”, ir para “editar configurações” e, finalmente, escolher “Desativado”, confirmando em seguida.

A rede social já sofre críticas por coletar dados pessoais de usuários e vendê-los a empresas, contribuindo com seus anúncios publicitários. Em recente reunião nos Estados Unidos, formuladores de políticas de segurança afirmaram que essa ação – praticada também pela Apple e pelo Google – precisa ter fim. Essas empresas captam informações como localização dos usuários por meio de aplicativos móveis, entre outros recursos.

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