Novos ingressos do Lolla, só dia 5

Pr-venda terminou de madrugada, mas muitos fs cadastrados ficaram sem; entenda como a venda de ingressos pode melhorar no Pas; em entrevista ao 247, especialista em TI Celso Poderoso d as dicas

Novos ingressos do Lolla, só dia 5
Novos ingressos do Lolla, só dia 5 (Foto: Reprodução)


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Diego Iraheta_247 – Muita gente que tinha se cadastrado na pré-venda do Lollapalooza Brasil ficou sem ingressos. Hoje, no fim da madrugada, os organizadores informaram que estavam esgotados os passaportes colocados à venda nesta primeira etapa - 20% do total. Na página do evento no Facebook, as reclamações continuam. "Ontem, fiquei o dia inteiro tentando comprar e quando chegava minha vez, só dava erro", queixa-se Lucas Franco. Indignado, Beto Tassinari passou pela mesma via crúcis: "Me cadastrei há mais de três meses, entrei ontem à meia-noite e o sistema já estava totalmente travado. Não consegui comprar hoje de novo, pois a fila online estava como esteira, não acabava nunca".

A venda para o público geral começa no próximo dia 5 de dezembro. Até lá, espera-se que a organização do Lolla tenha reparado os gargalos na venda de ingressos. De acordo com a Geo Eventos, responsável pelo festival, o site recebeu mais visitantes que o previsto - o que ocasionou lentidão dos servidores. Na avaliação do especialista em Tecnologia da Informação Celso Poderoso (foto acima), percalços como o do Lolla e de outros shows internacionais podiam ser evitados. “Hoje, tecnologia existe; o que não existe é iniciativa das empresas para investir num modelo que não caia”, analisa o coordenador de graduação tecnológica da FIAP, em São Paulo

Em entrevista ao Brasil 247, o professor Celso Poderoso propõe a computação de nuvem como sistema ideal para empresas que vendem ingressos de shows. Ele explica as vantagens do cloud computing para contornar os gargalos do comércio eletrônico de grande procura em momentos de pico. Leia a íntegra:

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Brasil 247: Professor, as empresas geralmente relacionam a dificuldade de comprar ingressos na internet com a lentidão de servidores e o grande número de visitantes no site na hora da compra. Como esse problema é causado?

Celso Poderoso: Vamos fazer um paralelo com uma rodovia de quatro pistas. Existe nela uma determinada vazão de automóveis. Se houver mais carros do que aquela rodovia comporta, ocorre congestionamento. É isso mesmo que acontece com o servidor. Existe uma determinada capacidade – que é a largura da banda. Essa banda permite um certo número de conexões. Se esse volume é ultrapassado, vai haver sobrecarga e congestionamento. Isso é o que geralmente acontece num período de grande procura por determinado site.

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No caso do Lollapalooza, a empresa disse que estava apta a receber 64 mil usuários. Ou seja, ela alocou banda para esse número de conexões. Ela não poderia ter um servidor com uma capacidade um pouco maior - justamente prevendo uma margem de conexões para mais?

O problema é que as empresas acabam não investindo tanto. Imagina comprar uma via extremamente larga para atender a uma demanda específica – durante o carnaval, um certo fluxo de pessoas que vão ao litoral. E, depois, durante o ano inteiro, o que eu faço com essa pista?

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Mas, com o valor do ingresso, não há uma solução viável financeiramente para empresas de ingressos oferecerem um sistema mais “estável”?

Tecnologia existe, o que não existe é iniciativa das empresas para investir nesse modelo. É o cloud computing [computação em nuvem], que compartilha diversos servidores em determinados horários de pico.

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Como funciona a computação de nuvem para uma empresa que está vendendo ingressos pela internet?

Enquanto a Ticketmaster ou outra empresa está tendo um fluxo máximo de visitantes conectados à página deles, outras empresas não estão usando os servidores delas. O que o cloud computing faz é compartilhar a infraestrutura dos servidores. Ele utiliza a média de todos os servidores existentes.

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Nesse caso, a empresa que está organizando o evento deve contratar serviço de cloud computing?

Sim, hoje há grandes fornecedores desse serviço, como o Amazon, o Google e o UOL. A empresa contrata esse serviço. À medida que a demanda de um site cresce, o fornecedor vai alocando mais equipamentos, mais servidores.

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E essa contratação do cloud computing pode ser por um período curto, como alguns dias para a venda de ingressos?

O serviço é por demanda – pode até ser por hora. Isso depende do fornecedor. Ele aloca dinamicamente os servidores, e a empresa paga de acordo com o processamento realizado.

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Então, como ficaria o caso do Lollapalooza? Se eles tivessem computação em nuvem, não haveria lentidão nos servidores?

Tudo depende da empresa de cloud computing. Se a firma não é dinâmica, o responsável pela venda de ingressos tem que ligar e dizer que precisa de mais servidores. O Google e outras grandes empresas são absolutamente dinâmicos. Eles têm milhares de servidores no mundo. Se houver aumento de procura, de visitas no site, eles aumentam a quantidade de servidores alocados.

Sem perigo de cair, professor?

Não tem perigo porque a alocação é dinâmica. É automática.

Além de o site do Lolla ter caído, os usuários tiveram que validar várias vezes a senha. Eles validavam e voltavam para a mesma página - para validar de novo. Qual era o problema ali?

O servidor não conseguia receber a informacão da validação por causa do tráfego. O usuário consegue contato com o servidor, mas a resposta não é dada porque ele está congestionado. Por isso, você fica na mesma página.

O departamento de tecnologia do Lolla fez também uma fila de espera virtual – com direito até a número para o aspirante a comprador. Isso pode dar certo?

É difícil organizar uma fila bonitinha assim no sistema. Dar um número para o internauta é mais para dizer “olha, vai demorar”. Porque é difícil mesmo controlar uma fila absolutamente dinâmica com centenas de pessoas entrando e tentando comprar ingresso. Insisto: o cloud computing é a solução ideal para esse tipo de situação.

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