Nassif: por trás do jogo de balanços das Americanas, há fraude monumental envolvendo três acionistas

Jornalista aponta detalhes suspeitos do caso, que chamou de "maior escândalo da história do moderno mercado de capitais brasileiro"

Da esq. para a dir.: os empresários brasileiros Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles
Da esq. para a dir.: os empresários brasileiros Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles (Foto: Divulgação/Forbes)


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247 - Em artigo publicado no Jornal GGN nesta terça-feira (17), o jornalista Luis Nassif descreveu o que chamou de "fraude monumental" por trás do rombo bilionário das Lojas Americanas, envolvendo diretamente os três acionistas históricos da empresa, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, da 3G Capital.

"É o maior escândalo da história do moderno mercado de capitais brasileiro", introduziu o jornalista. Nassif lembrou que, em novembro de 2021, quando da fusão das Lojas Americanas com a Americanas S/A, Lemann e Telles renunciaram aos seus cargos no Conselho de Administração e Beto Sicupira tornou-se “acionista de referência”. O 3G passou a ter 29,2% de participação acionária na empresa combinada.

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O presidente da empresa, Miguel Gutierrez, era subordinado a Sicupira e ganhava o sexto maior salário entre executivos de empresas de capital aberto. A PwC foi contratada pelos próprios controladores. "Por isso, seria impossível que não tivessem informações sobre as manobras contábeis", avalia o jornalista.

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"Em 2019, os diretores estatutários receberam cerca de R $34 milhões em remuneração. Em 2020, R $35 milhões. Em 2021, cerca de R $36 milhões. Com os maus resultados escondidos nos balanços, a única explicação seria um cala-boca, para ganhar a cumplicidade dos executivos", acrescenta Nassif.

Em 19 de agosto do ano passado, o grupo anunciou o festejado presidente do Santander para a presidência das Americanas. De sua chegada até a véspera das eleições, as ações das Americanas, que vinham caindo, dispararam 61%. No entanto, mesmo com o movimento de subida, Nassif destaca que "entre julho e outubro de 2022 os diretores das Americanas venderam R $223 milhões em ações. No período, o preço médio das ações foi de R $16,22".

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"Rial ficou na prateleira até o final do ano, quando deveria assumir a presidência do banco. Assumiu no dia 2. No dia 11, a Americanas divulgou fato relevante informando “inconsistências contábeis” de R $20 bilhões. No dia seguinte Rial participou de uma videoconferência organizada pelo BTG Pactual, ocasião em que comunicou sua renúncia ao cargo. Informou ter tomado conhecimento dos fatos nos dias anteriores, hipótese improvável para um executivo do seu nível e que teve cinco meses para se inteirar da situação da empresa", detalha o jornalista.

Nassif também recorda que menos de três horas antes da divulgação do rombo, as Americanas tentaram resgatar R$ 800 milhões em investimentos no BTG. E também ganharam uma liminar do juiz Paulo Estefan, da 4a Vara Empresarial do Rio de Janeiro, "impedindo qualquer antecipação de pagamentos aos credores e ainda obrigando o BTG a devolver R $1,2 bilhão que já havia recuperado".

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Após demitir-se como presidente das Americanas, Rial assumiu como assessor dos acionistas de referência da empresa. "Depois disso, houve nova retificação das impropriedades contábeis, elevando a estimativa de passivos para R$ 40 bilhões. As ações caíram para R$ 1,98. Com esse valor, investindo apenas 6,6% do que arrecadaram com a venda das ações, a 3G retomará a mesma participação anterior", pontua Nassif.

Rial, então, renunciou como assessor e foi substituído pela Casa Rotschild.

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