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Movimentação golpista de Bolsonaro repercute na mídia francesa

Imprensa francesa alerta para a ameaça de insurreição no Brasil e destaca os distúrbios provocados por apoiadores de Jair Bolsonaro em Brasília

(Foto: Marcos Corrêa/PR | Reprodução/Youtube)
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Adriana Moysés, RFI - Desde as primeiras horas da manhã deste 7 de setembro de alto risco para a democracia no Brasil, de acordo com a mídia francesa, rádios e canais de TV relatam os distúrbios provocados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro ontem à noite em Brasília. A imprensa francesa evoca a ameaça de insurreição no país, provocada por um presidente em perda de popularidade. 

Caminhoneiros e outros manifestantes furaram o bloqueio da polícia militar e invadiram a Esplanada dos Ministérios na noite de segunda-feira (6) em Brasília, em uma amostra dos excessos que poderão ser vistos hoje. A PM de Brasília confirmou que houve uma "invasão" e que conseguiu retomar o controle da situação, informam rádios e canais de TV franceses.

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Sobre as manifestações convocadas por Bolsonaro neste dia de comemoração da Independência, o jornal Le Monde diz que o desfecho é imprevisível. Le Monde informa que em Brasília, a Praça dos Três Poderes, onde estão localizados o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, será completamente isolada para evitar atos de vandalismo inspirados na invasão do Capitólio nos Estados Unidos em 6 de janeiro deste ano por apoiadores de Donald Trump, alguns dias antes da posse de Joe Biden.

"Na sexta-feira passada, o presidente de extrema direita não hesitou em dizer que este dia de mobilização constituiria um "ultimato" ao Supremo Tribunal Federal. No sábado, ele foi ainda mais longe, evocando a possibilidade de uma 'ruptura' institucional", indica a reportagem.

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O diário especializado em economia Les Echos, publicação de referência no meio empresarial francês, diz que "Bolsonaro mobiliza a rua contra o poder judiciário", ressaltando que "em quase 200 anos de independência, o Brasil nunca havia conhecido tal clima de confronto". "Bolsonaro ameaça o judiciário e convoca seus partidários para uma verdadeira demonstração de força contra as instituições no aniversário de 199 anos da Independência. Por outro lado, a esquerda também mobiliza suas tropas para dar uma resposta", informa o correspondente. 

Les Echos explica que apesar da queda de popularidade, "Bolsonaro mantém o apoio de um núcleo duro de militantes preparados para a batalha". "Ele também recebeu uma homenagem da Conferência de Ação Política Conservadora (Cpac, pró-Trump, uma espécie de 'Internacional Conservadora'), que acaba de realizar seu congresso em Brasília com o slogan: “Torne o Brasil Grande Novamente!, disposto a tudo para garantir que Bolsonaro ganhe as eleições presidenciais no ano que vem". 

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O ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro, ouvido pela reportagem, faz um prognóstico sombrio. “Pode ser que grupos violentos ataquem símbolos do poder, como o Supremo ou o Congresso, ou ataquem ativistas de esquerda. É possível até que haja mortes”, teme Janine Ribeiro. Enquanto a crise política se agrava, os problemas na economia aumentam a cada dia, observa o diário econômico.

Em reportagem de página dupla sobre quem eles chamam de "O homem das casernas", o jornal Libération mostra que Bolsonaro constituiu um exército próprio de militares em postos-chave no governo e empresas públicas. "No total, 6.157 militares ocupam postos da administração civil", algo nunca visto num governo democrático. Hoje, o perigo não vem apenas das casernas, mas das polícias militares.

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O jornal progressista se interroga se as Forças Armadas estão dispostas a proteger o Brasil dos golpistas, considerando que há dúvidas a respeito disso. A mesma dúvida permeia a questão se as Forças Armadas aceitariam uma vitória do ex-presidente Lula no ano que vem, conclui Libération.

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