“Moro só conseguiu colocar o Brasil de joelhos porque teve apoio da mídia”, diz Rafael Valim

O professor, jurista e editor da Contracorrente explicou o papel decisivo da grande mídia na Operação Lava Jato e prevê que o mesmo não deverá se repetir em 2022. “Eles já começam a emitir esses sinais para tentar enquadrar o Lula ao seu projeto, que é no final o projeto das elites. Mas vai ser difícil repetir a fórmula, me parece”. Assista

Rafael Valim, logo da Globo e Sergio Moro
Rafael Valim, logo da Globo e Sergio Moro (Foto: moro/agenciapublica.org, rafael/ibeji.org, globo/logospng.org)


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247 - Rafael Valim, professor de Direito Administrativo e Direito Público da PUC/SP, jurista e editor da Editora Contracorrente, condenou em entrevista à TV 247 o papel dos grandes veículos de comunicação na Operação Lava Jato. “A gente não teria a Lava Jato sem esse conluio entre sistema de Justiça e mídia. Isso é evidente. Se o ex-juiz Sergio Moro não tivesse a Rede Globo, nada disso teria acontecido. Não só ele, como o procurador Dallagnol, que hoje também é uma coisa explícita, nós conhecemos até a forma como eles tramaram isso, como se conheceram, tudo isso já é algo público e notório”, avaliou.

Valim explica que o papel principal da mídia foi enfraquecer o ex-presidente Lula, maior alvo da Operação: “Então, o papel da mídia é decisivo no enfraquecimento daquele que é considerado o inimigo. Porque muita gente me pergunta: ‘Valim, um juiz federal, de 1.ª instância, de Curitiba, consegue colocar o país de joelhos?’. É uma pergunta procedente, como pode acontecer isso. Só com o apoio decisivo de um grande veículo de comunicação. E no caso, eram raros os jornalistas que se opunham à Lava Jato. Então, não foi só um veículo de comunicação, foi a maioria da chamada grande mídia. É um problema gravíssimo que se coloca, e me parece, que nós vamos ter que fazer uma profunda reforma, e até o ministro Gilmar [Mendes, do STF] colocou isso, do sistema de Justiça brasileiro, se quisermos superar esse estado de coisas”.

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O jornalista Cesar Calejon, que também participou do programa, lembrou da recente coluna de Miriam Leitão, que defendeu Lula, ‘mas desde que ele não mexa na política de preços da Petrobras’, e perguntou ao jurista como o alinhamento da grande mídia se desenha para as eleições de 2022. “Em termos políticos é muito difícil, não sou analista político, cientista político, nada disso. Mas me parece que vai ser muito difícil repetir essa fórmula. É claro que os meios de comunicação agora já estão fazendo, tomando suas providências para tentar enquadrar o agora candidato Lula. Eles já começam a emitir esses sinais para tentar enquadrar o Lula ao seu projeto, que é no final o projeto das elites. Mas vai ser difícil repetir a fórmula, me parece”, completou.

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