Míriam Leitão: 'todo silêncio é cúmplice' diante das ameaças de golpe
"O presidente ataca a democracia brasileira, os comandantes militares e o ministro da Defesa estão dando cobertura. Em momentos-limite assim não há espaço para o silêncio”, diz a jornalista Míriam Leitão
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247 - A jornalista Míriam Leitão afirma, em sua coluna no jornal O Globo, que “todo silêncio é cúmplice” diante dos ataques contra a democracia feitos nos últimos dias por Jair Bolsonaro e seus ministros militares. “Em momentos assim, os meios-tons desaparecem. Todo silêncio é cúmplice. O presidente da Câmara, Arthur Lira, usou rede social para uma mensagem confusa, em que critica o ‘oportunismo’, mas não diz a quem se refere”, observa.
A colunista afirma, ainda, que “Bolsonaro no décimo quinto dia sem resposta sobre o que houve no encontro com os irmãos Miranda voltou a ofender os senadores da CPI e confessou a própria incompetência”. “A crise que os militares criaram na última semana continuará pesando sobre nós, porque eles não recuaram. A nota foi escrita para tentar amedrontar a CPI, que acumula, a cada dia, provas de que as decisões na gestão da pandemia levaram a um aumento do número de mortes em centenas de milhares”, avalia.
“O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, na sexta-feira, fez um bom discurso e disse boas palavras. Sim, será inimigo da Nação quem provocar um retrocesso na democracia brasileira. O recado era necessário. Porém, Pacheco acha que a única coisa que faltou foi ele conversar com o comandante da Aeronáutica. Não há conversa que apague as palavras da entrevista do brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, na qual ele repetiu as ameaças da nota da véspera e ainda entrou na briga política”, completa.
“Os sinais são inequívocos. Tentar pôr panos quentes sobre o que os comandantes militares fizeram e disseram nos últimos dias é contribuir para o aumento dos riscos institucionais. O presidente ataca a democracia brasileira, os comandantes militares e o ministro da Defesa estão dando cobertura. Em momentos-limite assim não há espaço para o silêncio”, finaliza.
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