Miriam Leitão: "foi golpe!" (mas só em 1964)

Jornalista usou sua coluna para denunciar o golpe de 1964, mas ainda não reconhece o mais recente, de 2016, em que ela própria atuou com a farsa das tais pedaladas fiscais

(Foto: ABr | Reprodução)


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247 – A jornalista Miriam Leitão, do jornal O Globo, usou sua coluna desta quinta-feira para criticar Jair Bolsonaro e o golpe de 1964, celebrado ontem pelos generais que estão no poder, mas ainda não reconhece o golpe de 2016, que ela própria apoiou, e que abriu espaço para a ascensão do neofascismo bolsonaristas, depois da destituição de Dilma Rousseff, presidente íntegra, legítima e que não cometeu nenhum crime de responsabilidade.

"Os brasileiros estão morrendo aos milhares. Ontem foram 3.950, novo recorde diário. Somos, há vários dias, o país onde mais se morre por Covid-19. A pandemia está fora de controle. O Brasil vive dor excruciante. A culpa maior é de Bolsonaro. Essa última crise, artificial e desnecessária, foi criada por ele no momento em que o país virou uma aberração diante do mundo. Trocar comandantes das Forças Armadas no meio de uma pandemia é o retrato de um país caótico", escreve ela.

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Sobre 1964, ela criticou a ordem do dia do general Braga Netto. "Várias mentiras numa ordem só. A verdade: foi um golpe que gerou 21 anos de ditadura e a liberdade de hoje é resultado da luta contra aquele regime. A garantia dessa liberdade vem, claro, da Constituição, à qual as Forças Armadas estão submetidas. Em que democracia do mundo se permite que o governo mande celebrar um golpe militar? Quanta infâmia o país ainda vai tolerar?", questiona.

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