Milly Lacombe: mídia deve assumir seu papel na naturalização da extrema direita no Brasil

Colunista comparou o maior destaque dado pela grande mídia aos escândalos investigados durante as gestões do PT em relação aos casos muito mais graves ocorridos em outros governos

Milly Lacombe e clã Bolsonaro
Milly Lacombe e clã Bolsonaro (Foto: Reprodução)


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247 - A jornalista Milly Lacombe, em sua coluna no portal UOL, analisou o papel da mídia hegemônica na construção do antipetismo no imaginário da população brasileira ao longo das últimas décadas. 

Lacombe comparou o maior destaque dado pelos grandes veículos de imprensa aos escândalos de corrupção investigados durante os governos petistas em relação aos escândalos - muito mais graves - ocorridos em outros governos. Além disso, analisou os termos usados pelos jornalões quando se referiam aos diferentes escândalos.

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De acordo com a jornalista, 'Mensalão' e 'Petrolão' são palavras que causam impacto, diferentemente dos nomes dados a outros esquemas, como o 'orçamento secreto': "Vejamos o orçamento secreto, que, para Simone Tebet, pode ser o maior escândalo de corrupção do Planeta. Os números do orçamento secreto deixam, desde já, o Mensalão como brincadeira de criança. Falemos do nome: orçamento secreto. O que ele comunica? Nada. Orçamento é uma palavra aborrecida e secreto não tem rejeição"

"Mesmo com esse nome tedioso, a pergunta é: o escândalo está nas manchetes? Não. Deveria? Sim. Com enorme destaque. Todos os dias", acrescentou. "Para o orçamento secreto, por exemplo, nomes como 'O Mensalão de Bolsonaro' seriam mais honestos."

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A colunista ainda destacou que em casos como o do Petrolão, a corrupção na Petrobras já era denunciada desde 1989, por nomes como o de Ricardo Boechat, mas nunca ganhou o devido destaque - o caso, inclusive, chegou a ser chamado de "os anões do orçamento." Já durante os goveros petistas, com administrações que deram "autonomia, melhores salários e operações de combate à corrupção" à Polícia Federal, que o caso ganhou destaque e foi nomeado com palavras de mais impacto.

"Entre 2003 e 2009, com Lula portanto, o número de operações realizadas pela Polícia Civil foi de 18 para 236 (...) Em 2007 foram 183 operações e 2800 pessoas presas (...) O PT atuou para que escândalos de corrupção viessem à tona. Coisa que nem Sarney, nem FHC fizeram - muito pelo contrário. A mídia não divulgou as coisas desse jeito", informou Lacombe.

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"Esses dados nos indicam que o PT não foi o partido que inventou a corrupção, nem mesmo o partido que a organizou no Brasil. Não se trata de tirar sua responsabilidade, mas de colocá-la em seu devido lugar dando a ela seu real tamanho (...) Mas mesmo quem compreende que nenhum desses esquemas de desvio de verba foi montado nas administrações petistas confere ao PT a exigência do desmantelamento - que não foi feito", complementou.

Lacombe, então, apresenta os seguintes questionamentos: "Por que quem veio antes de Lula nunca foi responsabilizado pelo não desmantelamento? Por que FHC nunca foi responsabilizado pelo acobertamento? Por que os atuais escândalos de corrupção não ganham nomes populares como Mensalão e Petrolão? Por que não estão nas manchetes diárias?"

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