Mensagens no WhatsApp induzem pessoas a votarem em projeto sobre fake news, mas sem explicação da proposta
Circulam no WhatsApp mensagens para estimular o voto das pessoas na consulta pública sobre as fake news no Senado pedindo para as pessoas votarem sim. Mas a mensagem não propõe explicação alguma sobre o projeto. As pessoas também não podem buscar informações sobre quem está apoiando e quem está criticando
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247 - Circulam no WhatsApp mensagens para estimular o voto das pessoas na consulta pública sobre as fake news no Senado pedindo para as pessoas votarem sim. A Casa tem um projeto para criminalizar o disparo de notícias falsas na internet.
Conforme alerta o site da mídia alternativa Barão de Itacaré, "alguém está usando o clamor da opinião pública para levar às pessoas a se posicionarem sobre um projeto de lei que elas nem imaginam do que se trata".
"Não digo que a mensagem enviada seja, ela mesma, uma 'fake news'", diz o site. "Mas a mensagem não propõe nenhuma explicação sobre o projeto, não dá às pessoas a possibilidade de buscar informações sobre quem está apoiando e quem está criticando", continua.
"É uma mensagem automatizada que possui um link, no qual a pessoa ao clicar é direcionada para o sim. A pessoa nem é direcionada para a consulta, para a leitura do texto. Ela já é direcionada para o voto, que quem está disseminando a mensagem quer que seja dado", acrescenta.
O tema fake news voltou a ganhar destaque com força no noticiário nacional em outubro de 2018, quando houve uma campanha ilegal contra o então presidenciável Fernando Haddad (PT) com base na divulgação de fake-news (notícias falsas) no WhatsApp para prejudicá-lo. De acordo com a denúncia feita por uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo, cada contrato chega a R$ 12 milhões e, entre as empresas compradoras, está as lojas Havan.
Há três dias, na última quarta-feira (27), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra políticos e empresários, além do blogueiro Allan Dos Santos (so site Terça-Livre), por causa da propagação de fake news.
Dentre os alvos da operação estão os empresários bolsonaristas Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan e Edgard Corona, fundador da Smart Fit. A corporação também investiga oito deputados bolsonaristas, dentre eles Carla Zambelli. O ex-deputado federal Roberto Jefferson é outro investigado.
A ação da PF foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre fake news no Supremo Tribunal Federal.
Ameaças
Alguns alvos da operação da PF ameaçaram o Supremo. O deputado federal Eduardo Bolsonaro não esteve na mira da corporação, mas disse que, "quando chegar a um ponto que o presidente não tiver mais saída e for necessário uma medida enérgica, ele que será taxado como ditador";
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) pediu o "impeachment" do responsável pela ação.
A militante bolsonarista Sara Winter ameaçou o ministro Alexandre de Moraes."A gente vai descobrir os locais que você frequenta".
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