Mello Franco: Brasil chega aos 100 mil mortos e para Bolsonaro nenhuma vida importa
Para o jornalista Bernardo Mello Franco, enquanto nos "Estados Unidos, nada será como antes do Vidas Negras Importam”, no Brasil, Jair Bolsonaro “lançou o programa Nenhuma Vida Importa" ao dar "as costas para a maior pandemia em um século, que ultrapassou ontem a marca de cem mil vítimas no país”
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247 - O jornalista Bernardo Mello Franco observa que se “nos Estados Unidos, nada será como antes do Vidas Negras Importam”, no Brasil, o governo Jair Bolsonaro “lançou o programa Nenhuma Vida Importa. O slogan não aparece na propaganda oficial, mas está por trás das ações e omissões de Jair Bolsonaro. Ele deu as costas para a maior pandemia em um século, que ultrapassou ontem a marca de cem mil vítimas no país”.
Mello Franco relembra que “o presidente se recusou a coordenar o combate ao coronavírus. Mais do que isso, fez questão de ostentar indiferença em relação às mortes. Chamou a doença de “gripezinha”, sabotou as medidas de isolamento, incentivou seguidores a invadirem hospitais”.
O jornalista observa que “na quinta-feira, ele disse lamentar “todas as mortes”. “Já tá chegando ao número de cem mil talvez hoje, não é isso?”, perguntou, em transmissão pelas redes sociais. Ao ouvir que o número seria atingido no fim de semana, produziu mais uma pérola de insensibilidade. “Vamos tocar a vida e buscar uma maneira de se safar desse problema”, afirmou”.
“Na cabeça do presidente, o problema não é a doença. Ele quer se safar de outros aborrecimentos, como o risco de um processo no Tribunal Penal Internacional. Por aqui, as instituições já se conformaram com sua negligência”, ressalta Mello Franco. “Num país que normalizou a apologia da tortura, a negação da ciência também virou fato corriqueiro. A cada dia que passa, o programa Nenhuma Vida Importa ganha novos adeptos. Bolsonaro está vencendo pelo cansaço”, finaliza.
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