‘Lula muda o ânimo do povo e tende a unificar a esquerda’, afirma Altman

O jornalista, porém, ressalta que “o jogo não está jogado” e que “a situação é muito instável”, alertando para uma possível reversão na decisão jurídica que colocou o ex-presidente de volta no cenário eleitoral. Assista na TV 247

Breno Altman e Lula
Breno Altman e Lula (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)


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 247 - Jornalista e editor do Opera Mundi, Breno Altman afirmou à TV 247 que a volta do ex-presidente ao cenário político-eleitoral altera a conjuntura brasileira e reforça a tendência de unificação da esquerda para enfrentar o bolsonarismo na eleição de 2022.

Ele advertiu, no entanto, que “o jogo não está jogado. Ainda tem armadilhas no terreno. Por isso é muito importante manter cada vez mais ativa a campanha ‘Lula Livre’, por isso que o tema da pressão sobre o STF, sobre a Justiça continua a pleno vapor. Para que finalmente seja consolidada a anulação das sentenças contra o ex-presidente Lula, para que ele e a democracia brasileira possam ter garantias de que as eleições de 2022 sejam limpas do ponto de vista jurídico”.

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“A reabilitação de Lula muda o cenário eleitoral. Ele consolida um quadro de polarização entre extrema direita e esquerda, entre o bolsonarismo e a esquerda, especialmente entre o bolsonarismo e o PT, representado por Lula. Com a candidatura Lula, acho muito difícil que prosperem outras candidaturas de esquerda, como Flávio Dino (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSOL). Fundamentalmente, muda o ânimo junto ao povo. O povo sorriu depois da decisão do Fachin, entendeu que o país pode ter uma solução”, avaliou o jornalista.

Segundo Altman, a situação de “ofensiva” da esquerda brasileira com o cenário favorável a Lula é extremamente “instável”. “O fator  Lula colocou o bolsonarismo na defensiva e dilacerou, desidratou a oposição de direita, e também a de centro-esquerda. A esquerda passou a uma situação de ofensiva, mas do mesmo jeito que virou a favor por uma decisão monocrática de um ministro do Supremo, uma outra decisão semelhante pode reverter o cenário novamente. Não está consolidada a ofensiva da esquerda. Por isso temos que aproveitar essa oportunidade de ofensiva para tomar posições: avançar na unidade de esquerda - estamos atrasados nisso -, planejar caravanas de salvação nacional por todo o país com todas as lideranças de esquerda, ter um programa comum, mobilizar pela vacina, mobilizar pela renda emergencial, contra as reformas neoliberais que o Bolsonaro busca aprovar no Congresso e assim por diante. É necessário que a esquerda aproveite essa ofensiva porque pode haver uma reversão. A situação é muito instável”.

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