Luis Nassif: A CNN Brasil marca o início do fim dos grupos nacionais de mídia
O jornalista Luis Nassif analisa as alterações na mídia brasileira a partir da instalação no país do canal americano CNN, com a marca CNN Brasil. Para ele, é "o capítulo inicial em uma caminhada que tornará o mundo mais integrado e os grandes grupos globais dominando cada vez mais os mercados nacionais"
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247 - "Depois do impeachment, mais ainda após o fenômeno Bolsonaro, a mídia tupiniquim redescobriu o óbvio, o princípio legitimador da atividade jornalística: a defesa do politicamente correto, da solidariedade, da mediação das forças sociais, dos valores fundamentais da civilização ocidental", escreve Luis Nassif no GGN.
"Nem se diga que, mesmo em outros tempos, tenha sido a prática dominante. A mídia atua em mercado. Como tal, está suscetível a dois movimentos. O primeiro, de ser uma espécie de agente pró-cíclico dos movimentos de opinião pública. O segundo, de ser instrumento para outros negócios dos proprietários".
"No caso brasileiro, a partir de meados dos anos 2.000 Roberto Civita descobre o público da ultradireita e abre espaço para um jornalismo de ódio que, naqueles primeiros tempos, têm em Olavo de Carvalho e em dois discípulos, Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi, os porta-vozes mais estridentes".
Para Nassif, no Brasil, "a ausência de valores consolidados privou a democracia brasileira de um de seus instrumentos centrais. Os grandes veículos tornaram-se pró-cíclicos tanto quanto os programas policiais sensacionalistas. , os movimentos são muito mais acentuados. Se a opinião pública passa a exigir violência, intolerância, ódio entregue-se o que foi pedido, abrindo mão de qualquer veleidade civilizatória, a mídia alimenta, mesmo aqueles veículos que, em algum momento da história, se apresentaram como veículos nacionais".
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