Luis Miguel: 'colunistas da Folha defendem alta de combustíveis e a pobreza dos argumentos mostra a incompetência'

Uma das colunas criticadas pelo cientista político Luiz Felipe Miguel foi intitulada de "Preço é informação que torna mercados eficientes"

Professor Luis Felipe Miguel
Professor Luis Felipe Miguel (Foto: Divulgação)


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247 - O cientista político Luiz Felipe Miguel criticou as colunas publicadas no jornal Folha de S.Paulo por Hélio Schwartsman e por Vinicius Torres Freires, intituladas de "Preço é informação que torna mercados eficientes" e "De Lula a Bolsonaro, política quer tabelar gasolina, dar dinheiro a rico e quebrar Petrobras", respectivamente. 

"Os colunistas da Folha se mobilizam para defender o aumento no preço dos combustíveis", destacou o analista político. "Um incauto poderia dizer que a pobreza dos argumentos dos colunistas da Folha mostra sua incompetência", disse. "Não acho que seja assim. É um esforço deliberado para anular qualquer possibilidade de debate efetivo sobre política econômica, substituído pelo repisar sem fim de dogmas superficiais e desconectados da realidade", afirmou.

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Leia a íntegra da análise publicada no Facebook do estudioso: 

Os colunistas da Folha se mobilizam para defender o aumento no preço dos combustíveis.

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élio Schwartsman pontifica que é necessário deixar a mão invisível agir. Afinal, "os preços refletem informações relevantes sobre a disponibilidade de produtos e as distribuem para milhões de agentes, que têm liberdade para se posicionar de modo a satisfazer suas necessidades da melhor forma possível".

Não existe informação assimétrica, manipulação, ação especulativa. A "liberdade" está dada, por igual, para todos os agentes. No mercado, afinal, somos todos livres e iguais, não é mesmo?

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De quebra, diz o filósofo oficial da Folha, "o petróleo caro funciona também como estímulo ao desenvolvimento de fontes alternativas de energia, do que o mundo depende para mitigar o desastre climático".

Putin, quem diria, é o salvador do meio ambiente.

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É bonito o mundo em que se move Schwartsman - o mundo dos almanaques da economia liberal. Pena que só existe na cabeça de quem cria e dissemina essas fábulas.

Já Vinicius Torres Freire opta pelo populismo. Por que as pessoas se revoltam com o aumento dos combustíveis, que não interessa aos pobres, mas não com o aumento do óleo de soja?

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Todo mundo que usa carro é rico, claro. Por isso mesmo, você, que tem aquele Gol 1.0 ano 2011, precisa se precaver contra essa ideia de imposto sobre grandes fortunas.

Mas nem precisa chegar a tanto. O pobre de Torres Freire não pega ônibus para se movimentar, não compra no mercado produtos que são sensíveis ao aumento do frete, não usa gás de cozinha para preparar sua comida. O pobre de Torres Freire passa o dia pescando no riacho atrás de sua casa e se alimenta exclusivamente de sashimi.

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Se o preço dos combustíveis não aumentar, acrescenta ele, a Petrobrás "teria menos dinheiro para investir e produzir". Curiosamente, porém, a implementação da política "parental" de dolarização foi acompanhada de uma ampliação da dependência do refino externo, não o contrário.

Também curiosamente, o jornalista não acha necessário mencionar que a Petrobrás acabou de pagar mais de R$ 37 bilhões de dividendos complementares aos acionistas, que se somam aos mais de R$ 62 bilhões pagos no final do ano passado. Uai, o dinheiro não era para "investir e produzir"?

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Um incauto poderia dizer que a pobreza dos argumentos dos colunistas da Folha mostra sua incompetência.

Não acho que seja assim. É um esforço deliberado para anular qualquer possibilidade de debate efetivo sobre política econômica, substituído pelo repisar sem fim de dogmas superficiais e desconectados da realidade.

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