Jeferson Miola: "as Forças Armadas continuam no centro da política nacional, e isso não deveria ser aceito"
Segundo o articulista, a reforma ministerial de Bolsonaro e a demissão dos comandantes das Forças Armadas têm por objetivo “estabelecer uma aparente contradição” entre os militares, Bolsonaro e o Centrão. Assista na TV 247
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247 - O jornalista Jeferson Miola, em entrevista à TV 247, avaliou a reforma ministerial promovida por Jair Bolsonaro, que atingiu seis ministérios, e principalmente a demissão dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Para ele, Bolsonaro e as Forças Armadas são um só corpo, que formam o Partido Militar, assim denominado pelo jornalista, e os detentores das armas continuam no centro da política brasileira. Bolsonaro é, segundo Miola, uma peça de um “poder oculto” formado por militares que mandam no atual governo e definem os rumos do país. Caso Bolsonaro perca sua utilidade, poderá ser descartado pela cúpula das Forças Armadas.
De acordo com o jornalista, as mudanças feitas por Bolsonaro, tanto nos ministérios quanto na cúpula militar, têm por objetivo “estabelecer uma aparente contradição” entre as Forças Armadas, Bolsonaro e o Centrão. Ou seja, a finalidade das alterações é dissociar a imagem dos militares de Bolsonaro e da política suja representada pelo Centrão. “Do meu ponto de vista, isso não representa um descarte do Bolsonaro ou uma condição mais terminal do seu governo, e tampouco representa um distanciamento das Forças Armadas do governo, e isso também que é dramático e trágico: as Forças Armadas continuam sendo o centro da política nacional, e isto é, do ponto de vista democrático, algo que não poderia ser aceito. Nós deveríamos fazer um convite muito gentil aos generais para que eles voltem aos quartéis, de onde eles jamais deveriam ter saído para interferir e atuar na arena da política”.
O processo, segundo Miola, pretende ainda uma repaginação das Forças Armadas e a busca por um novo Cavalo de Tróia, como foi Bolsonaro em 2018. O general Carlos Alberto dos Santos Cruz e o ex-juiz Sergio Moro se encaixam no perfil.
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