Helder Maldonado: bolsonarismo aproximou política do humor

Apresentador do Galãs Feios reafirma sua identidade de esquerda e conta como extrema direita inspira roteiros que escreve

Helder Maldonado
Helder Maldonado (Foto: Reprodução)


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Opera Mundi - No programa SUB40 desta quinta-feira (09/12), o fundador de Opera Mundi, Breno Altman, entrevistou o criador, apresentador e roteirista do canal Galãs Feios, Helder Maldonado. 

Originalmente repórter do portal R7, Maldonado contou que criou o canal, em 2016, primeiramente no Facebook, durante um plantão de domingo, "quando vi as pessoas puxando o saco dos atores, que até podiam estar bem fisicamente, mas eram feios. Acabei pensando no conceito de galã feio, é até bom, significa que você não precisa ser bonito para ser considerado galã”.

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Algumas das referências do roteirista para criar o conteúdo eram e são autores com veias humorísticas, das quais abusam mesmo ao falar sobre assuntos sérios, como Millôr Fernandes, Machado de Assis, João Ubaldo Ribeiro, Xico Sá, entre outros.

A página cresceu e migrou para o YouTube em 2018, quando começou a mesclar humor com política e cultura: “Foi uma transição mais natural porque a cultura fica mais politizada e a política vira um espaço midiático e de humor involuntário. O advento do bolsonarismo e do olavismo ajudou o Galãs Feios porque aproximou a política do humor e do entretenimento”.

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Entretanto, o jornalista ressaltou que o bolsonarismo existia antes de Jair Bolsonaro, só não possuía um nome, “por isso que quando Bolsonaro cresceu, houve uma identificação imediata de uma parcela da sociedade”.

Diálogo com a esquerda

Maldonado contou que sempre foi de esquerda, apesar de vir de uma família que tradicionalmente votou à direita, e que foi se radicalizando conforme foi ficando mais velho. Por isso, Galãs Feios dialoga majoritariamente com quem compartilha com suas opiniões políticas e a de seu colega de canal, Marco Bezzi, também de esquerda, até para mobilizar esse grupo.

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Embora, de acordo com o apresentador, também haja espectadores de direita, assim como aqueles que consideram o canal como sendo muito neoliberal ou não radical o suficiente.

“A gente só tem uma regra no canal: todo o mundo vai ser alvo um dia, inclusive a gente. Mas é diferente o ataque contra quem está no poder comparado com o ataque de quem nos está oprimindo”, reforçou.

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Nesse sentido, o jornalista afirmou que não tem problemas em se posicionar contra o neopentecostalismo nem contra a polícia. “Não adianta ter um pastor de esquerda se a direção é fascista. Não adianta me falar que tem policial antifascista se é policial, não tem como ser antifascista”, taxou.

Na opinião dele, aliás, a esquerda é moderada nas críticas que faz e deveria se aproveitar ainda mais do humor para fazê-lo, já que é algo que a direita já faz, segundo ele, também para conseguir dialogar com o público mais jovem.

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Pensando nisso, na campanha de 2022, Maldonado afirmou que o canal Galãs Feios não servirá de cabo eleitoral, porém a posição política dos apresentadores é aberta: “Votaremos em Lula”.

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