Guilherme de Pádua, assassino de Daniella Perez, atualmente vive vida tranquila em "bolha evangélica"

Guilherme de Pádua tem vida ativa em congregação evangélica

Guilherme de Pádua
Guilherme de Pádua (Foto: Reprodução/Youtube)


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247 - Era 21 de janeiro de 2021, quinta-feira, e o sol parecia escaldante. Na cidade de Caldas Novas, em Goiás, um grupo de excursionistas se diverte em um resort de alto padrão. É mais um dia normal no local, que costuma receber milhares de pessoas todas as semanas, não fosse por um discreto casal que aproveita o sol de verão para nadar no lugar. A mulher se chama Juliana Lacerda e seria apenas uma esposa feliz da vida por aproveitar um final de semana com o amado marido. Mas não é isso, o companheiro em questão é Guilherme de Pádua, o assassino de Daniella Perez e que reconstruiu a vida, fora da prisão, protegido por um muro espiritual construído pelo apoio da igreja que ele frequenta em Minas Gerais, a Batista da Lagoinha.À época da visita ao resort, haviam se passado quase 30 anos do crime e Guilherme, segundo funcionários que trabalham no local, não foi reconhecido. A reportagem é do portal Notícias da TV.

A reportagem conversou com três deles e nenhum tem a lembrança de ter visto o assassino de Daniella Perez por lá. No entanto, o ex-ator passou o dia todo no local e certamente fez suas refeições ali, dividindo espaço com outros clientes que sequer sonhavam quem era ele ou o que havia feito no passado.

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Ainda em 2021, numa das noites mais fria de meio de ano, há uma reunião como outra qualquer em uma das congregações. Trata-se de um curso de teatro para jovens e adolescentes que acontece dentro do templo religioso. Entretanto, há algo de chamativo na cena, o professor é Guilherme de Pádua. Foram mais de 30 pessoas, entre meninos e meninas na faixa dos 14 aos 20 anos, que aprenderam técnicas de interpretação com o homem que havia sido condenado por um crime brutal e, por isso, desapareceu dos projetos de dramaturgia desde então. Ninguém falou do assunto naquele dia e a maior parte dos alunos, não tinham ideia de quem era o tal mentor.

O NaTelinha conversou com um desses adolescentes, atualmente com 17 anos, e que chegou a estudar com Guilherme. "Nossa relação sempre foi muito boa, ele era um ótimo professor e entendia tudo sobre as técnicas, principalmente de empostação vocal e de respiração para atores", conta o garoto que pediu para não ser identificado. Ele explica, no entanto, que não se atentou ao sobrenome. "Eu já tinha ouvido falar que o assassino da Daniella era da igreja, mas não tinha ideia de quem era ele", completa.

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Também, pudera. O jovem nasceu mais de dez anos depois do crime e a Igreja Batista da Lagoinha criou uma única condição para manter Pádua sob seu guarda-chuva: que o crime fosse esquecido, ao menos dentro das paredes da congregação. Guilherme se converteu pouco depois de sair da prisão, no começo dos anos 2000 e teve uma ascensão meteórica dentro da fé religiosa. Após ter sido batizado, ele foi líder dos núcleos de teatro e de jovens dentro do grupo.

Muitos anos depois de ter assassinado Daniella Perez, Guilherme de Pádua também fez parte de um grupo de oração muito importante em um retiro espiritual organizada pela igreja da Lagoinha. O ex-ator participou de uma maratona que resultou em 72 horas de oração com demais fiéis para atingirem seus objetivos e terem prosperidade. O "núcleo duro",  inclusive, ganhou uma sala nos bastidores do ginásio Mineirinho em que cerca de 50 pessoas se revezavam em suas preces. Enquanto isso, no palco, Ana Paula Valadão comandava o Congresso Internacional de Louvor Diante do Trono. 

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Pádua nunca foi parte do ministério e também não atuou nos bastidores dos shows --que chegaram a reunir mais de dois milhões de pessoas. Porém, um ex-membro que deixou a Igreja confidencia que ele tentou. "O Guilherme não sabia cantar, mas ele se oferecia para fazer qualquer coisa que pudesse para participar do Diante do Trono, mas a Ana nunca deu trela para ele. Parecia que ela não queria dar holofote e nem dividir o nome do grupo com um assassino, ainda que a igreja não o considere mais assim".

Mesmo assim, o Congresso reuniu milhares de jovens e adolescentes enlouquecidos pelo que era, até então, o maior grupo musical evangélico do país e que rompia a bolha da religião, atingindo casas com músicas como Preciso de Ti e Águas Purificadoras. Pádua chegou a ser visto transitando pelo ginásio, embora não tivesse protagonismo algum por ali.

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