Governo fez pagamentos a apresentadores bolsonaristas como Lacombe e Sikêra Jr

Entre os beneficiados pelos repasses totais de R$ 268 mil estão apresentadores como Luciana Gimenez, Sikêra Júnior, Luís Ernesto Lacombe, além de jornalistas à frente de programas como Cidade Alerta e Balanço Geral, na Record TV

Apresentadores Sikêra Jr. e Ernesto Lacombe mais a Esplanada dos Ministérios ao fundo
Apresentadores Sikêra Jr. e Ernesto Lacombe mais a Esplanada dos Ministérios ao fundo (Foto: Reprodução | ABr)


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247 - Apresentadores de TV bolsonaristas ou de programas policiais receberam R$ 268 mil do governo federal. De acordo com planilhas da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), o dinheiro público foi usado em campanhas para divulgação da reforma da Previdência, de 2019, tratamento precoce contra a Covid, combate ao aedes aegypti, violência contra a mulher e cédula de R$ 200, além de outras iniciativas. De 34 repasses, 16 foram para campanhas sobre regras da aposentadoria.

Segundo reportagem das jornalistas Constança Rezende e Raquel Lopes, publicada na Folha de S.Paulo, entre os beneficiados pelo dinheiro estão apresentadores como Sikêra Júnior, Luís Ernesto Lacombe e Luciana Gimenez, além de jornalistas à frente de programas como Cidade Alerta e Balanço Geral, na Record TV.

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A Secom realizou os desembolsos por meio de subcontratação das empresas PPR Profissionais de Publicidade Reunidos, Calia/Y2 Propaganda e Marketing e Artplan Comunicação. Todas elas têm contratos com o governo Bolsonaro.

Primeiro colocado na lista de apresentadores, o jornalista Sikêra Júnior recebeu R$ 120 mil. Ele foi o mesmo que apareceu na foto em que Bolsonaro segurava uma placa com a imagem de um CPF e a palavra, numa tarja vermelha, "cancelado". Grupos de extermínio usam a expressão “CPF cancelado” em referência à morte de pessoas.

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A apresentadora Luciana Gimenez, da RedeTV!, apareceu atrás de Sikêra na lista de repasses, com R$ 51 mil do governo Bolsonaro por meio da empresa Magic Lu Promoções, Eventos e Comercio de Produtos de Uso Pessoal e Doméstico. Foram nove transferências, em 2019 e 2020. Dos repasses, seis trataram de pagamentos de cachê para campanha da reforma da Previdência. 

Lacombe recebeu R$ 20 mil por meio da empresa Lala Produções. O dinheiro foi destinado para a realização de duas campanhas do governo, a Semana Nacional do Trânsito e uma sobre o risco de exposição de crianças na internet.

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Nelson Rubens, ex-apresentador do TV Fama, da RedeTV!, ganhou R$ 3.474 para fazer propaganda do governo sobre o enfrentamento da violência contra a mulher. O valor foi enviado a ele por meio da empresa Nelson Rubens Produções Artísticas.

Mais apresentadores

Outros cinco apresentadores beneficiados pelos repasses de dinheiro público comandam programas policiais da Record TV. Eles foram responsáveis por campanhas da reforma da Previdência, pacote anticrimes e agendas positivas do governo.

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Um deles foi o apresentador do Balanço Geral Rio de Janeiro, Tino Júnior, que ganhou R$ 45,7 mil em cinco repasses para a sua empresa "Que isso Fera!!!" Serviços de Produções Artísticas e Eventos.

Também apareceram na lista empresas de Ernani Alves, do Cidade Alerta Rio, com dois repasses que somam R$ 16,4 mil; Sergio Murilo, do Balanço Geral Maranhão, com três repasses (total de R$ 2.610); Marcus Pimenta, do Balanço Geral Pará (R$ 2.278) e Henrique Chaves, do Balanço Geral Distrito Federal (R$ 1.601).

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O ex-apresentador da rádio Jovem Pan Cesar Rosa ganhou dinheiro por meio de sua empresa Cesar Rosa da Silva, no valor de R$ 5.000.

Outro lado

Por meio da assessoria de imprensa, a apresentadora disse que é uma funcionária e faz merchandising fechados para o SuperPop.

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Gimenez afirmou que as propagandas não são feitas para divulgar um governo específico "e sim ações que são importantes para o bem-estar da sociedade, como o incentivo à vacinação contra a Covid, ações para cuidados quando tiver de sair de casa e informações para que as pessoas possam receber o auxílio emergencial". 

"Não é de hoje e desde que entrei na TV, há 20 anos, que celebridades de todas as emissoras, assim como jornais impressos brasileiros são contratados por governos federais para divulgar campanhas. Uma breve pesquisada no Google e é possível constatar essa informação", afirmou.

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O ex-apresentador da rádio Jovem Pan Cesar Rosa confirmou os repasses, mas disse que foi procurado por pessoas da própria rádio.

"Eu fiz o trabalho que me pediram no período, eu li ao vivo como se fosse uma notícia de jornal. Eu não sou bolsonarista e não compartilho com nenhuma ideia do presidente. Quando eu fiz a campanha ainda não estava clara a posição da empresa em relação ao governo, agora isso está muito escancarado", complementou.

Uma das empresas usadas pela Secom para os repasses, a Artplan disse, em nota, que "possui cláusula de confidencialidade com clientes privados". "Em relação aos clientes públicos, todos os investimentos estão disponibilizados no Portal da Transparência".

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