Globo e Record não entram em acordo sobre participação estrangeira na mídia

A Globo, que integram a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert), é favorável à abertura de 100% do capital estrangeiro nas empresas de comunicação. Uma das contrárias à mudança é a Record, membro da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), criada em oposição à Abert

(Foto: Reprodução | Reuters)


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247 - A Globo e a Record tornaram público esta semana que divergem sobre a ideia de derrubar as atuais restrições à participação de capital estrangeiro na mídia. Em 2002, foram aprovadas duas mudanças importantes no artigo 222, uma que dá a pessoas jurídicas o direito de serem proprietárias de empresas de comunicação e outra que autoriza estrangeiros a terem até 30% das ações destas empresas.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) quer abertura total, de 100%, ao capital estrangeiro. Globo, Band e SBT estariam de acordo em relação a isso. A Record, que não faz parte da Abert, é contra a mudança. As informações foram publicadas pela coluna de Mauricio Stycer

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De acordo com Paulo Tonet Camargo, presidente da associação e vice-presidente de relações institucionais do Grupo Globo, "a restrição ao capital estrangeiro teve seu momento e papel, mas hoje funciona apenas como uma amarra ao desenvolvimento das empresas". "A abertura de 30% colocada na reforma de 2001 não teve efeito prático algum. Houve apenas um caso relevante de investidor que veio com este limite", disse.

"Isso não quer dizer que a gente não ache que as empresas estrangeiras não devam seguir as regras locais, como Código de Defesa do Consumidor e a nossa legislação de internet, mas entendemos que um mercado aberto é melhor do que impor limites de capital a empresas de internet", acrescentou. 

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Criada em 1999, em oposição à Abert (que existe desde 1962), a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) conta, entre os seus principais associados, com a Record, RedeTV! e CNT.

Segundo Marcio Novaes, superintendente institucional do canal e presidente da Abratel, o momento atual é inadequado para esta discussão. "Não tem como propor e debater uma PEC nesse momento de pandemia. Nada justifica a mudança dessa regra agora. Tudo que foi alegado até agora foi para garantir investimentos de capital para fazer frente aos concorrentes tecnológicos", disse Novaes.

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"Mas parece um contrassenso, porque se eu penso em fazer frente aos competidores localizados fora da radiodifusão, deveria lutar para diminuir as assimetrias existentes entre este setor e as empresas de tecnologia", complementou.

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